Emerson disse ter recebido de um amigo, há duas semanas, a notícia sobre uma possível troca com Dedé que o colocaria no Vasco. Depois, recebeu do mesmo amigo a nota oficial do Corinthians, na qual o clube do Parque São Jorge esclareceu que não tinha "nenhum interesse em negociar o atacante" e que nem analisaria "a hipótese de envolvê-lo em troca com outro atleta".
"Tem gente que fala que homem pode chorar. Não sei, eu tenho vergonha. Mas eu chorei. Fiquei feliz pra c… ao ler aquilo ali. Eu poderia ir , não sou melhor ou pior do que o Dedé, iria de coração, mas fiquei muito feliz em ler aquela nota. É o tipo de atitude que não tem preço, cara. Mostra o carinho, o respeito que a instituição tem comigo", contou o Sheik.
Ele lembrou que sua família é vascaína – o próprio jogador, em outras ocasiões, admitiu a torcida pelo time cruzmaltino na infância -, porém colocou o sentimento pelo Corinthians em outro patamar. Ele assegurou que seu plano é pendurar as chuteiras no clube.
"O Vasco é grande demais. Eu adoraria, quem sabe um dia, é um clube pelo qual tenho o maior carinho, meu pai é vascaíno, meu irmão também. Mas minha paixão pelo Corinthians é muito maior do que isso. Quando recebi a primeira notícia, falei: ‘P…, não é possível, tenho um negócio com o Corinthians, meu final não pode ser assim". Depois, recebi a nota do clube", lembrou Emerson.
O texto que emocionou o atleta recordava a sua trajetória no Alvinegro, do título brasileiro de 2011 ao Mundial de 2012 – passando, é claro, pela Copa Libertadores do ano passado. "O atacante marcou dois gols dos mais importantes da história do Timão quando balançou as redes duas vezes na vitória sobre o Boca Juniors na final."
O herói do primeiro título sul-americano do Corinthians tem contrato com o clube até dezembro. Aos 34 anos, com passagens por três times do Brasil e por mais seis em outros quatro países, ele espera não trocar de camisa mais nenhuma vez na carreira.
"Tenho um desejo enorme de continuar no Corinthians. Felizmente, até pela estrutura e pelas conquistas, todo o mundo foi valorizado. Por isso, eu e meu empresário estamos recebendo muitas ligações, mas a prioridade é o Corinthians, vai ser o Corinthians sempre. Não quero mais clube nenhum, quero que este seja o meu último clube", comentou.
Segundo Emerson, o plano é continuar jogando enquanto seu corpo aguentar, "mas aguentar de verdade". "Como se diz na gíria do futebol, não quero roubar. Quero jogar com intensidade, agressividade, ser participativo e competitivo", explicou o camisa 11, antes de repetir onde pretende fazer isso: "Não é puxar o saco, não, mas sou apaixonado, gosto mesmo deste clube".