Foi preciso chegar à décima partida invicta e avançar à semifinal da Copa Sul-americana para Muricy Ramalho finalmente virar a chave e mudar o discurso de que, em 2013, o São Paulo não poderia sonhar com muito mais do que escapar do rebaixamento. Após o empate por 0 a 0 com o Atlético Nacional, na quarta-feira, ele cedeu.
“Lá atrás, era um time realmente sem força, sem emocional. Hoje, o time está com confiança. Em dez jogos, conseguir oito vitórias, e em jogos dificílimos… Não teve nenhum jogo mais ou menos. Chegamos bem, mas temos chance de chegar mais longe”, disse o treinador, em um raro lapso de demonstração pública de confiança, ao final da difícil partida em Medellín.
Chegar mais longe seria conseguir a classificação para a próxima edição da Libertadores, o que pode ocorrer através do Campeonato Brasileiro – o time está sete pontos abaixo do G-4 – ou com o bicampeonato da Sul-americana. A segunda opção é mais plausível, tendo em conta a recente passagem de fase para a semifinal.
Qualquer que seja o objetivo alcançado no fim do ano, Muricy já reconhece que terá sido muito melhor do que se previa quando ele assumiu a equipe, dois meses atrás.
“Do que estava, também não dava para ficar pior, né? (risos) Não sou nenhum menino para me entusiasmar. É claro que foi uma reviravolta. Seria muito louco de dizer que imaginava que seria assim. Essas coisas de treinador que está começando, de dizer que “sou fera mesmo, cheguei e mudei tudo”. Não é isso. É que o time comprou a ideia”, falou.
Agora, a preocupação é novamente dosar a utilização dos atletas em duas competições. Ele voltou a dizer que teme que alguém possa se lesionar em decorrência da sequência de viagens e partidas. Antes da semifinal do torneio continental – cujo adversário será conhecido nesta quinta-feira -, o São Paulo volta suas atenções para o Brasileiro, pelo qual visita o Atlético-PR, no domingo.
“Tem que ser inteligente nisso, ver se mescla um pouco. O problema não é priorizar. Estou com medo de os jogadores estourarem. Vou começar a utilizar jogadores que não vêm jogando. Vamos ter que estudar direitinho uma nova fórmula, olhar com carinho o lado físico do jogador. Os jogadores estão no limite. Tem que tomar cuidado com isso”, frisou, antes de horas de voo.