Um olho no gato, outro no peixe. É assim, como no ditado popular, que a seleção brasileira entra em campo nesta quarta-feira, às 15h45, para amistoso com a Suécia, em Londres, exatamente 50 anos após a vitória que valeu a conquista do primeiro titulo mundial ao Brasil. Para o treinador Dunga, a partida valerá tanto para preparar o time para as eliminatórias da Copa do Mundo de 2010 e para as Olimpíadas de Pequim, que acontecerão no próximo mês de agosto.
“A Suécia tem um time com um bom padrão defensivo, estilo europeu, o que é sempre excelente para forçar a movimentação dos nossos homens de frente e nos serve de desafio em termos de criatividade. Só que eles também contam com jogadores de ataque velozes e de boa qualidade, o que prende a atenção dos defensores”, analisou Dunga, valorizando o adversário do segundo amistoso deste ano. Antes, o time brasileiro já havia vencido a Irlanda, em fevereiro.
Além do mais, o comandante brasileiro acredita que o fato de a Suécia não se limitar a jogar no campo defensivo pode ajudar o Brasil. “Normalmente a seleção brasileira faz jogos de defesa contra ataque, mas o time da Suécia é um adversário de muita qualidade e com certeza vai tentar fazer um jogo de igual para igual. Mesmo que eles não partam para cima da gente, irão trabalhar ofensivamente para vencer o confronto”, apostou o treinador.
Entre os atletas, o fato de o amistoso representar a reedição da final da Copa do Mundo de 1958 serve como motivação extra. “Espero que tudo corra bem e que possamos ganhar, além de atuar de forma convincente, como aconteceu na histórica decisão do Mundial de 1958”, lembrou o meio-campo Diego. Naquela ocasião, o time venceu confortavelmente por 5 a 2, com gols de Vavá (2), Pelé (2) e Zagallo. Liedholm e Simonsson descontaram para o time da casa.
As baixas na equipe brasileira para a partida desta quarta-feira, porém, podem dificultar a tentativa de repetição da atuação convincente de 58. O zagueiro Juan e o meia Kaká foram cortados por causa de lesões sofridas em seus clubes e deram lugar ao zagueiro Henrique e ao volante Anderson. Além disso, Ronaldinho Gaúcho sequer foi convocado por estar recuperando a forma física.
Com isso o treinador vai manter boa parte da base de partidas anteriores, mas podendo mesclar, principalmente no segundo tempo, com atletas com idade olímpica. No coletivo de terça-feira, aliás, essa tendência ficou ainda mais clara. Entre os 11 escalados como titulares na atividade, apenas Diego tem idade para disputar os Jogos Olímpicos.
Já a Suécia, dirigida pelo técnico Lars Lagerback, ocupa a 24ª posição do ranking da Fifa e se prepara para a disputa da Eurocopa, no mês de junho, onde irá integrar o mesmo grupo de Grécia, Espanha e Rússia. O treinador vive a expectativa do confronto como se esse fosse o teste decisivo para saber das condições de sua equipe para o torneio continental.
“Enfrentar a Seleção Brasileira é o termômetro ideal para sabermos como estamos em relação a um torneio importante como a Eurocopa. Se tivermos um bom desempenho é sinal de que estamos no caminho certo para fazermos uma grande competição. Se formos mal é porque precisamos rever alguns conceitos, porém com equilíbrio, pois enfrentar o Brasil nunca é fácil”, analisou o treinador.
No time que vai enfrentar o Brasil os nomes mais conhecidos são os experientes zagueiros Olof Mellberg e Niclas Alexandersson e o meia Fredrik Ljunberg, todos com Copas do Mundo no currículo. No ataque, Marcus Allback é a atração, já que o astro Zlatan Ibrahimovic, da Internazionale de Milão, foi cortado da seleção devido às dores no joelho esquerdo que o incomodavam nos últimos meses.
Outro desfalque por problema médico no joelho da equipe nórdica é o zagueiro Erik Edman, do Wigan, também da Inglaterra. Ele sofreu uma lesão grave na última semana e só deve retornar aos gramados em seis meses. O jogador dá vaga a Mikael Dorsin no amistoso desta quarta.