A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) procurou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para discutir medidas efetivas de combate ao racismo no esporte. É o que informa uma nota divulgada, há pouco, pela secretaria, que acrescenta que o Santos também foi chamado a debater as ações.
A Seppir destaca a ausência de registros da agressão contra o goleiro Aranha, do Santos, por parte de torcedores do Grêmio, na súmula do jogo elaborada pelo juiz. O árbitro só se referiu ao fato do goleiro ter sido chamado de macaco, em um complemento feito à súmula posteriormente. “Há medidas recomendadas pela Fifa que ele poderia adotar imediatamente”, disse, por meio da nota, a ministra Luiza Bairros.
Luiza repudiou as agressões e disse que há "uma grande tolerância para práticas de racismo". Para combatê-las, a ministra pediu que mecanismos contra o preconceito sejam acionados dentro do campo, tanto por jogadores e clubes quanto pela torcida. Ela destacou, ainda, a necessidade dos demais atletas se solidarizarem com Aranha.
Hoje (29), a Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) informou que o Grêmio vai ser denunciado por injúria racial contra o goleiro, devido à atitude de parte de seus torcedores. O clube pode ser multado em até R$ 100 mil. O caso também é investigado pela Polícia Civil, que instaurou inquérito para apurar os responsáveis pelo crime de injúria racista (pelo Código Penal) punido com penas de um a três anos de reclusão e multa.
O atleta foi chamado de “macaco” por torcedores do clube e uma torcedora chegou a ser filmada durante o incidente, ocorrido durante partida disputada ontem (28), em Porto Alegre.