"Canta, dança, sem parar". O refrão de uma das músicas mais famosas do grupo Menudo, sensação no público infanto-juvenil em meados da década de 80 (e que também foi o apelido dos garotos do São Paulo comandado por Cilinho, que tinha no meia Silas uma das estrelas), foi a trilha sonora do reencontro do agora técnico do Avaí com o clube que o projetou, neste sábado, no Morumbi. E quem dançou foi o "Menudo cover".
Apesar de ter montado um forte esquema de marcação para impedir a criação das principais jogadas ofensivas do São Paulo, o Avaí pouco fez para levar perigo ao gol de Rogério Ceni. Com isso, aguentou se defender sem ser vazado apenas no primeiro tempo e, logo aos 52 segundos da etapa final, levou o gol que abriu caminho para decretar a sorte do confronto: 2 a 0 Tricolor.
O oportunismo de Dagoberto, que marcou seu sexto gol no torneio, e o gol de cabeça de Hugo, que entrou na etapa final, levaram o São Paulo aos 43 pontos na tabela, mesmo número do vice-líder Internacional, que tem uma vitória a mais. De quebra, colocou pressão no Palmeiras, ponteiro do Campeonato Brasileiro, que soma 44 e neste domingo enfrentará o Vitória, em Salvador.
Na próxima rodada, o São Paulo terá pela frente o Santo André, em jogo que não acontecerá no ABC paulista por conta de obras no estádio Bruno José Daniel. O Ramalhão mandará a partida de domingo, às 16 horas, no Santa Cruz, casa do Botafogo-SP. No mesmo dia e horário o Avaí abrirá as portas do estádio da Ressacada para outro duelo contra um time paulista, o Barueri.
O jogo: Bem armado, o time catarinense dificultou as ações ofensivas são-paulinas, mas pouco criou em termos de ataque nos primeiros 15 minutos do embate. A maior emoção nesse período aconteceu quando Jorge Wagner cobrou o terceiro escanteio consecutivo na cabeça de Renato Silva. O defensor deu uma "casquinha" e Miranda, de primeira, por pouco não tirou o zero do placar.
Logo na sequência, o Avaí também apareceu perigosamente na frente de Rogério Ceni, mas o capitão levou a melhor na tentativa de Muriqui em encobri-lo e ainda deu sequência à jogada deixando a área para tocar pela lateral.
Os comandados de Ricardo Gomes seguiam presos à marcação e só ameaçavam o goleiro Eduardo Martini quando arriscavam jogadas individuais. Foi assim que Marlos, após tabela com Borges, mandou por cima do travessão e Jorge Wagner, no lance posterior, fez o camisa 1 do Avaí trabalhar bem aos 25 minutos.
Os donos da casa continuaram com maior posse de bola até o intervalo, mas pecaram por chutar pouco a gol e, com isso, facilitar a missão dos catarinenses, que chegaram até a marcar um gol, invalidado por suposto impedimento do zagueiro Emerson, mas desceram aos vestiários satisfeitos com a igualdade parcial.
Fulminante: "Faltou arriscar mais". O pedido do volante Arouca na volta do intervalo demorou exatamente 52 segundos para ser atendido. Foi esse o tempo que a bola demorou para sair dos pés de Júnior César, ir até Marlos e chegar em Dagoberto, que girou e a mandou para as redes de Eduardo Martini, inaugurando o marcador: 1 a 0.
O gol no início desestabilizou o Avaí e o Tricolor chegou a ampliar aos seis minutos, mas a arbitragem invalidou o gol de Jorge Wagner alegando que o jogador mandou a bola direto para as redes após cobrança de tiro livre indireto, ignorando que, na verdade, um desvio prévio do defensor azul havia ocorrido no lance.
Nos 15 minutos finais, a correria do São Paulo diminuiu e o Avaí, com três mudanças, cresceu e chegou perto do empate com um bonito toque de Roberto, que quase encobriu Rogério Ceni. Foi a vez de os donos da casa adotarem postura mais defensiva e, no contra-ataque, definirem a fatura. Dagoberto cruzou da direita e Hugo, de cabeça, venceu o duelo com Eduardo Martini para fazer 2 a 0 e encerrar o jogo com festa.