O São Paulo fez valer a lógica e venceu também a segunda partida das oitavas-de-final da Copa Libertadores, nesta quarta-feira, no Morumbi. Com o resultado (2 a 0), o Tricolor passou para a próxima fase e enfrentará o vencedor do duelo entre Tigres e Once Caldas.
A partida foi emocionante e o Tricolor perdeu Josué expulso no começo do segundo tempo. Com um homem a menos, o São Paulo cresceu no jogo e surpreendeu o adversário nos contra-ataques. Rogério Ceni fez o primeiro gol do jogo, em cobrança de pênalti (Correa colocou a mão na bola para evitar drible de Tardelli) e Cicinho selou a vitória nos acréscimos.
Na véspera de feriado de Corpus Christi, a capital paulista sofreu com as enchentes. Porém, foi a torcida do Palmeiras que decretou estado de calamidade pública. Paulo Bonamigo corre definitivamente risco no cargo. Afinal, comandou o time em nove jogos, perdeu cinco, empatou dois e venceu apenas dois. Os dirigentes, no entanto, confirmam a permanência do treinador pelo menos até o confronto do próximo domingo, contra o Santos, na Vila Belmiro, pelo Brasileirão. Um dia antes, o São Paulo volta a jogar, contra o Cruzeiro, no Morumbi.
A vitória desta quarta-feira manteve a invencibilidade do São Paulo nesta e edição da Copa Libertadores. Um tabu de 18 anos também foi mantido: a última derrota do Tricolor em seu estádio foi no dia 8 de maio de 1987, diante do Colo Colo.
O jogo
O Palmeiras precisava do resultado e, por isso, começou buscando mais o ataque do que o adversário. Lúcio aproveitou bem um rebote e assustou Rogério Ceni. O São Paulo respondeu com cabeçada na trave de Mineiro.
Passado o furor inicial do jogo, as duas equipes se acertaram na marcação e passaram a disputar as jogadas no meio-campo. O Palmeiras estava nervoso e ambos os times erravam muitos passes. O árbitro parou bastante a partida e as jogadas deixaram de fluir.
Depois dos 30 minutos, o Palmeiras deu uma leve melhorada e o obrigou Rogério Ceni a trabalhar. A torcida são-paulina reclamou de uma falta na risca da área em Cicinho e os palmeirenses de um pênalti em Correa. O juiz ignorou.
Pela esquerda, Lúcio, o principal destaque do Verdão no primeiro tempo, chegava bastante. Ele prendeu Cicinho na defesa em alguns momentos. O lateral-direito são-paulino levou desvantagem, mas procurou acertar na cobertura boa parte do tempo.
Após o intervalo, as equipes não fizeram alterações. Magrão fez falta em Josué perto da área e a torcida se inflamou. Rogério Ceni cobrou na barreira. O Palmeiras se atrapalhou na defesa e o Tricolor começou a chegar com mais perigo.
Uma série de trapalhadas da defesa aterrorizou a pequena torcida palmeirense. Gabriel deu uma furada dentro da área digna de um quadro televisivo de pegadinhas. Aos 9 minutos, Juninho Paulista disparou livre e Josué teve de puxar o adversário pela camisa. O volante são-paulino já tinha amarelo e foi expulso.
Com um homem a menos, o São Paulo se descontrolou e passou a reclamar de todas as marcações do árbitro. O jogo esquentou e o Palmeiras tentava pressionar. Curiosamente, o Tricolor passou a chegar com mais perigo depois de ficar com dez jogadores em campo. O Palmeiras foi ao ataque e o São Paulo surpreendia nos contra-ataques. Júnior quase abriu o placar. A bola passou muito perto da trave.
Paulo Bonamigo não se acanhou e escalou o meia Cristian no lugar do zagueiro Gabriel. Alceu fez falta dura em Grafite e a torcida queria expulsão. Nem amarelo o palmeirense levou.
O São Paulo continuou chegando. Luizão teve grande chance, mas chegou atrasado na bola. Do outro lado, Washington poderia se consagrar, mas praticamente atrasou a bola para Rogério Ceni.
O goleiro Marcos resolveu dar sua colaboração de emoção para o jogo e passou da bola em cobrança de falta de Cicinho. Mesmo assim, o palmeirense conseguiu dar um tapa na bola e colocá-la para fora. Cansados de ver a ineficácia de seus ataques, os técnicos decidiram mudar. Grafite saiu para dar lugar a Tardelli e Osmar substituiu Washington.
Aos 35 minutos, a pressão do Palmeiras foi por água abaixo. Júnior puxou contra-ataque rápido e deu para Tardelli dentro da área. O atacante se enroscou com Correa, que, caído no chão, colocou a mão na bola. Rogério Ceni foi em direção a cal com tranqüilidade e tirou Marcos da foto: 1 a 0.
Sem esperanças de fazer dois gols nos minutos finais, Bonamigo foi para o desespero. Tirou Correa e escalou o atacante Ricardinho. Mineiro, que fez grande partida, foi substituído por Edcarlos.
Para ganhar tempo e reforçar a marcação, Paulo Autuori resolveu escalar o volante Alê na vaga de Luizão. Cicinho ainda teve tempo de deixar sua marca, em cobrança de falta, na sua principal vítima, o Palmeiras. O árbitro apitou e a torcida tricolor fez a festa.