O São Paulo não repetiu a atuação inspirada do último sábado, mas venceu o Mogi Mirim por 3 a 0 nesta quarta-feira, no estádio Anacleto Campanella, e chegou à liderança do Campeonato Paulista com 23 pontos e 17 gols de saldo, seis a mais do que o Palmeiras.
No entanto, como este jogo é válido pela 12ª rodada e foi antecipado em virtude da estréia do time na Libertadores, na próxima quarta-feira, contra o Caracas, o Tricolor computa uma partida a mais do que os seus principais concorrentes e está atrás de Palmeiras, Santos e Noroeste em número de pontos perdidos. O mesmo vale para o Mogi Mirim, que é o penúltimo colocado com oito pontos, três a mais do que lanterna Marília.
A vitória tricolor foi construída toda no segundo tempo. Mineiro, aos sete, Souza, aos dez, e Rogério Ceni em cobrança de pênalti, aos 34 minutos, marcaram os gols de uma apresentação que se não foi inspirada como a na goleada de 5 a 1 diante do Paulista, serviu para mostrar que o São Paulo é um time eficiente em quaisquer condições .
Em um gramado visivelmente com qualidade inferior ao Morumbi, alugado para os shows da banda irlandesa U2, o Tricolor teve dificuldades principalmente no primeiro tempo, quando teve um maior volume de jogo, mas esbarrou na falta de pontaria – dos nove arremates, apenas dois foram para o gol – e na retranca do Mogi Mirim.
Porém, mesmo com as dificuldades em tocar a bola e repetir a movimentação do ataque apresentado nas últimas rodadas, o time foi melhor durante oitenta minutos e pressionou o acuado adversário. Para o Mogi, vale ressaltar os dez primeiros minutos regulares e chance inacreditável perdida por Pepo quando o placar estava 0 a 0.
O São Paulo defende a liderança do Campeonato Paulista no próximo sábado, quando viaja até Campinas para enfrentar a Ponte Preta. Por outro lado o Mogi Mirim busca a recuperação em casa diante do Juventus.
O jogo: Apesar de todo o favoritismo, o São Paulo começou devagar e nem de longe lembrou a disposição das últimas apresentações nos primeiro dez minutos. Aproveitando-se do ritmo lento do adversário, o Mogi Mirim equilibrava as ações no meio-de-campo e até arriscava algumas jogadas no ataque, mesmo com um esquema excessivamente defensivo.
Exatamente aos dez minutos, o Sapão perdeu a primeira chance real de tirar o zero do placar. E foi inacreditável como isso não aconteceu. Após cobrança de escanteio pela direita, a bola sobrou limpa para Pepo, que mesmo sem zagueiros na marcação e sem Rogério Ceni, chutou por cima do travessão mesmo estando a menos de cinco passos da linha do gol.
O lance serviu ao menos para o São Paulo demonstrar mais atenção no jogo. Na seqüência Danilo apareceu livre na esquerda e cruzou para Alex Dias. O atacante são-paulino chutou forte, mas Edervan, bem colocado, espalmou. A partir daí o domínio foi todo são-paulino, mas o gol teimava em não sair.
Primeiro, aos 28, Alex Dias perdeu outra oportunidade parecida com a anterior. Thiago Ribeiro avançou pela direita, passou por seu marcador, chegou á linha de fundo e cruzou para trás. O atacante chutou fraco em cima de Edervan. Dois minutos mais tarde, foi a vez de Lugano quase marcar de carrinho.
A preocupação demonstrada pelo técnico Muricy Ramalho antes do início do jogo a cada momento parecia mais conveniente. O estado do gramado prejudicava o toque de bola das duas equipes e o Mogi Mirim, cuja estratégia de jogo era se fechar na defesa, levava vantagem, pois ao contrário das últimas partidas, quando a movimentação no ataque era intensa, o São Paulo tinha dificuldade em chegar á meta adversária no toque.
Diante deste quadro agravado com a chuva que começou a cair minutos antes do intervalo, o Tricolor voltou para o segundo tempo disposto a impor seu ritmo e pressionar o adversário. E logo no primeiro lance o Tricolor chegou perto de abrir o marcador, mas o chute de Josué após tabelinha entre Souza e Danilo foi interceptado por Xandão.
Mas na seqüência a pressão são-paulina surtiu efeito e em apenas três minutos o placar passou de 0 a 0 para 2 a 0. Primeiro, aos sete minutos, Mineiro tabelou com Júnior e após um furo inacreditável de Pretto, chutou forte no ângulo de Edrevan. Aos dez, foi a vez de Souza marcar o seu após chute do bico da área direito do Mogi Mirim no mesmo ângulo do gol de Mineiro.
Em vantagem, o Tricolor ficou menos nervoso em campo e as chances para ampliar foram aparecendo naturalmente. Aos 18, Thiago Ribeiro avançou livre, mas esfomeou. Em vez de deixar Alex Dias na cara do gol para completar, ele arriscou o chute e isolou. A resposta do Mogi Mirim aconteceu com Dinei, mas o atacante, mesmo cara a cara, chutou em cima de Rogério Ceni.
O goleiro são-paulino tratou de tirar qualquer esperança do Sapão reagir. Aos 34, Rogério Ceni cobrou com perfeição o pênalti sofrido pelo zagueiro André Dias –empurrado por Xandão – para marcar 3 a 0. Edervan tentou a defesa no lado direito, mas a bola foi para o esquerdo e o goleiro pôde comemorar a sua convocação para a seleção brasileira com gol.