De um lado, um time que entra como campeão do mundo e defende o título estadual, mas figura na posição intermediária e tenta ressurgir em meio ao entra-e-sai que tomou conta do elenco após a conquista do Mundial de Clubes.
Do outro, uma equipe que ainda não emplacou um título importante neste século, mas ostenta 100% de aproveitamento em sete partidas, tem o apoio maciço da torcida após a volta de Edmundo ao Parque Antarctica e joga pela liderança isolada no torneio.
Neste domingo, às 18h10 no Morumbi, São Paulo e Palmeiras entram em campo pelo primeiro clássico do Paulista com objetivos distintos.
Com sete pontos e na nona colocação, o São Paulo de Muricy Ramalho quer contornar os problemas de remodelação do elenco a fim de tentar tirar os primeiros pontos do Palmeiras em 2006.
“Eles [palmeirenses] estão em um melhor momento, mas isso muda muito em clássico. Precisamos ter mais vontade do que o Palmeiras”, afirmou o técnico.
Apesar de dar um tom simplista ao fato de pegar um adversário que derrotou todos que apareceram pela frente até aqui, Muricy tomou seus cuidados. E o principal deles é esconder a escalação.
“Ainda preciso falar com os jogadores. Tem muita gente chegando [referência às possíveis entradas de Alex Dias, André Dias e Leandro]. Vou conversar com os médicos”, afirmou Muricy.
O treinador não definiu nem mesmo o esquema, jogando um pouco de mistério para o lado palmeirense. “Posso garantir que vamos entrar com 11 jogadores”, disse o treinador ao ser questionado sobre qual seria o sistema a ser usado no clássico.
Uma das novidades pode estar no banco de reservas com a presença do goleiro Rogério Ceni, recuperado de uma cirurgia no joelho.
No Palmeiras, o técnico Emerson Leão segue a receita que o levou ao título paulista no ano passado com o São Paulo -abriu o campeonato com quatro vitórias e um empate e liderou o Estadual até o final- para seguir como top de linha na tabela.
Com 15 pontos, os palmeirenses sabem que praticamente eliminam um concorrente em potencial em caso de triunfo neste domingo.
Motivado pelo ingresso definitivo na Libertadores após passar pelo Deportivo Táchira na fase de qualificação, os jogadores vão buscar justamente no rendimento da equipe até aqui o fôlego necessário para bater o São Paulo. O time, que desembarcou na manhã desta sexta, vindo da Venezuela, só treinou sábado para o clássico.
E as esperanças se concentram justamente na maior atração palmeirense, que diz estar se encontrando com a sua melhor fase: o atacante Edmundo. “Tudo nessa minha volta ao Palmeiras tem sido especial”, falou o camisa 7.
Mas, além da rivalidade, o clássico de hoje ostenta também um tabu, que pende totalmente para o lado são-paulino. A última derrota para o Palmeiras foi em 1997. De lá para cá, foram oito vitórias são-paulinas e um empate.
No entanto Muricy deixa isso para a imprensa. “Em campo, isso não vale nada. Os jogadores são outros, não participaram disso e ninguém vai lembrar desse tabu”, afirmou o treinador.
SÃO PAULO
Bosco (Rogério Ceni); André Dias (Flávio), Alex e Edcarlos; Souza, Josué, Mineiro, Danilo e Júnior; Alex Dias e Aloísio (Thiago)
Técnico: Muricy Ramalho
PALMEIRAS
Marcos; Paulo Baier, Daniel, Gamarra e Lúcio; Marcinho Guerreiro, Correa, Marcinho e Ricardinho; Edmundo e Washington
Técnico: Emerson Leão