A diretoria do São Paulo ainda não digeriu a mais recente confusão com a Federação Paulista de Futebol. Depois que o goleiro Rogério Ceni quase foi impedido de jogar na estreia contra o Ituano, o superintendente de futebol do Tricolor, Marco Aurélio Cunha, fez duras críticas à FPF nesta sexta e cobrou esclarecimento do caso.
“Como pode a arbitragem chegar e querer tirar um jogador assim, como se fosse uma várzea? Quem falou isso ao quarto árbitro? Não pode ficar no ‘erramos’, é um erro muito grave, que pode criar instabilidade com o capitão da equipe. O Rogério Ceni merece mais respeito. Imagine chegar no Ronaldo e falar que ele não pode jogar porque ele estava suspenso na Itália? O presidente da Federação não pode ficar escondido, como ele está desde o episódio do Wagner Tardelli”, criticou.
Na quarta-feira, momentos antes da partida contra o Ituano, o São Paulo foi informado pelo quarto-árbitro de que Rogério Ceni não poderia atuar porque estava suspenso. No entanto, o Tricolor entrou em contato com a Federação e esclareceu que o goleiro tinha condições de jogar. Assim como Marco Aurélio Cunha, o técnico Muricy Ramalho também espera explicações sobre o caso.
“Não acredito nessas coisas de perseguição. O que existe é erro, e erraram de novo nesta coisa do Rogério. É um erro grave e alguém tem de pagar essa conta. Como posso ouvir meia-hora antes do jogo que meu goleiro não pode jogar? E o terceiro goleiro nem estava lá no estádio, teríamos que buscá-lo em casa (para ficar no banco). São coisas que ficam para trás, como o gás já ficou”, afirmou o treinador.
Marco Aurélio, inclusive, relembrou de todos os problemas que o São Paulo enfrenta com a Federação desde a semifinal do Paulistão passado, quando um gás foi atirado no vestiário que o Tricolor usava no Parque Antártica em jogo com o Palmeiras. Já no fim do ano passado, a diretoria são-paulina rompeu politicamente com a atual gestão da FPF quando o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, levantou suspeita sobre a arbitragem no jogo que acabou dando o título ao São Paulo. Na ocasião, o arbitro Wagner Tardelli foi afastado da partida, mas nada ficou provado.
“O caso do gás não repercutiu, foi abafado. Depois, houve o caso do árbitro contra o Goiás e também o Guia, além deste do Rogério Ceni. Ou é muita incompetência ou é muita falta de tratamento adequado. Ou não gostam do São Paulo ou são muito incompetentes”, acrescentou o superintendente são-paulino.
Aliás, Marco Aurélio também ironizou o Guia do Campeonato Paulista deste ano, que gerou polêmica ao questionar o título estadual do Tricolor de 1991. A FPF já até se desculpou pelo episódio, mas o superintendente não se conformou. “Isso não é um Guia. Como você pode ser guiado por isso? Se você for guiado por isso irá para o caminho errado. Então não é guia, é um informativo cheio de erros”.
O dirigente, agora, não sabe o que esperar do restante do Estadual. “Vai ser difícil. Começamos mal, mas vamos ver se conseguiremos sobreviver a este Paulista”, concluiu.