Um gol aos 39 minutos do segundo tempo definiu a derrota por 2 a 1 para o Arsenal, nesta quinta-feira, e definitivamente levantou uma crise no São Paulo. A segunda colocação do grupo 3 da Libertadores, com quatro pontos ganhos, agora passa a ser dividida justamente com a equipe que argentina, que ocupava a lanterna e vence pela primeira vez.
Pela competição continental, o time brasileiro só volta a campo em 2 de abril, daqui a quase três semanas, quando visitará o The Strongest, na altitude de 3.600 metros de La Paz. Antes disso, a prioridade volta a ser o Campeonato Paulista, No domingo, o adversário será o Oeste, no Morumbi.
Como não podia contar com Wellington nem Luis Fabiano, suspensos, Ney Franco usou o início da semana para testar uma nova formação, escondida por treinos fechados e revelada a menos de uma hora da partida. Nada de Paulo Henrique Ganso ou Cañete. O treinador surpreendeu e promoveu a entrada de Edson Silva, escalando três zagueiros pela primeira vez no ano.
Na teoria, o desenho tático visava oferecer menos risco a Rogério Ceni. Mas não foi bem isso o que aconteceu. Não no começo do jogo. No primeiro minuto, uma falta cobrada da meia direita venceu a primeira linha de marcação da defesa e sobrou para Benedetto. Autor do gol do empate da semana passada, o atacante chutou na rede, pelo lado de fora, e assustou a retaguarda são-paulina.
Quatro minutos mais tarde, em novo levantamento para a área, desta vez pelo lado esquerdo do ataque, Rafael Toloi tentou o corte e furou. A bola ficou com Furch a dois metros da pequena área. Completamente livre de marcação, o atacante chutou por cima do travessão e desperdiçou uma grande oportunidade de abrir o placar em Sarandí.
Jogando com apenas dois atacantes, o São Paulo conseguiu responder aos nove minutos. Osvaldo dominou cruzamento rasteiro de Douglas e chutou torto. Bem colocado no meio da área, Aloísio esticou o joelho para desviar o arremate e só não balançou a rede porque Campestrini, já caindo, deu um tapa providencial na bola, com a mão esquerda, em cima da linha.
Ceni também precisou trabalhar na sequência. Em rápida chegada de Carbonero pelo bico direito da área, o goleiro diminuiu o espaço do meia colombiano, que tentou encobri-lo e acertou seu rosto. Foi essa a última chance evidente de gol no primeiro tempo. Até porque a zaga são-paulina passou a atuar com mais segurança, ao mesmo tempo em que, do outro lado, Campestrini tinha uma boa atuação.
O goleiro manteve o ótimo nível no segundo tempo. Aos sete minutos, caiu no canto direito para espalmar para escanteio um chute rasteiro de Osvaldo. Cinco minutos depois, saltou para defender parcialmente arremate de Aloísio. Na sobra, esticou o braço direito e evitou à queima-roupa que Jadson conseguisse vazá-lo.
No meio tempo entre as grandes defesas de Campestrini, Ney Franco chamou Paulo Henrique Ganso e Maicon. Se no domingo deixou Ganso insatisfeito ao tirá-lo de campo no clássico, desta vez quem não gostou foi Lúcio, sacado para a entrada de Maicon. O zagueiro chegou a se sentar no banco de reservas para arriar a meia, mas logo em seguida desceu para o vestiário.
De lá, ele não pôde ver o Arsenal abrir o placar. Aos 20 minutos, Ceni não conseguiu defender um forte de chute de Aguirre, pelo lado esquerdo da área. Gol que levantou a torcida argentina e pressionou Ney Franco a mexer mais uma vez na equipe. O treinador chamou Wallyson, mas desistiu da substituição porque Aloísio, aos 26 minutos, usou rebote de seu próprio chute para, de cabeça, enfim vazar Campestrini para igualar o marcador.
Para o Arsenal, o empate era praticamente a desclassificação. Mas, aos 39 minutos, Braghieri renovou a esperança argentina. Ele pegou sobra da entrada da área e, de primeira, acertou o canto esquerdo baixo de Ceni. A bola ainda tocou a trave antes de balançar a rede, decretar a vitória do Arsenal e definitivamente implantar uma crise no São Paulo.