A festa estava preparada. Mais de 30 mil tricolores lotaram o Pacaembu, nesta quinta-feira, mas tiveram de engolir o grito de “é campeão”, que até o dia 17 de abril deve sair das gargantas são-paulinas. Quem esperava folia de Grafite, Rogério Ceni e Diego Tardelli, acabou vendo Washington brilhar, marcar dois gols e assim acabar com a série de 18 jogos invicto do São Paulo. Com a vitória por 2 a 1, a Portuguesa deu um passo importante na fuga do rebaixamento e atingiu 17 pontos na tabela. O goleiro Gléguer brilhou no final e fechou o gol da Lusa.
O Tricolor permanece com 41 pontos e espera comemorar o título já neste domingo, no clássico contra o Santos, em Mogi Mirim. No mesmo dia, a Portuguesa enfrenta o Mogi Mirim, no Canindé.
O jogo foi dramático e a Portuguesa deu trabalho, marcando bem e indo ao ataque desde os primeiros minutos. O nome do jogo ao lado de Gléguer, Washington abriu o placar para o time do Canindé aos 22 minutos. O empate só veio aos 40 minutos com o ex-palmeirense Júnior cobrando falta.
No segundo tempo, o São Paulo começou melhor, mas não mostrou poder de fogo. Acabou sendo surpreendido mais uma vez por gol de Washington, aos 13 minutos. Com 2 a 1 no placar em seu favor, a Portuguesa administrou bem a vantagem e tomou um sufoco nos minutos finais. Gléguer fez milagres, enquanto o São Paulo atacava com muito nervosismo e desorganização.
O jogo
No primeiro lance, o clima de final ficou nítido. Diego Tardelli irritou o goleiro Gléguer por ter finalizado em gol depois do apito do árbitro Anselmo da Costa. A Portuguesa mostrou que não daria moleza e foi ao ataque nos primeiros minutos.
Após a pressão inicial sofrida, o São Paulo respondeu e voltou a tocar bem a bola. Mesmo assim, a Lusa foi quem chegou com mais perigo, aos 14 minutos. Washington cabeceou na trave de Rogério Ceni.
O goleiro são-paulino respondeu quatro minutos depois, cobrando falta também no travessão do adversário. Pouco depois, Danilo obrigou Gléguer a fazer boa defesa.
O Tricolor estava tenso com a iminência do título e a obrigação de vencer. Aos 22 minutos, veio a surpresa. Após trombada na área e bola bem trabalhada pela esquerda, Washington recebeu dentro da área e chutou cruzado no canto, abrindo o placar.
Apoiado pela torcida, o São Paulo não mostrava o mesmo potencial ofensivo de outros jogos e nem a variação de jogadas que o transformou na sensação do Paulistão. Por isso, Leão fixou Renan como terceiro zagueiro e liberou os alas Cicinho e Júnior.
Em uma destas investidas, o lateral-direito foi derrubado. Rogério Ceni ameaçou cobrar, mas Júnior foi para a bola e empatou o jogo, fazendo o gol aos 40 minutos do primeiro tempo. O Pacaembu explodiu já que o Santos perdia em Araras.
No intervalo, após uma bronca no elenco, Emerson Leão sacou Marco Antônio e colocou o meia Souza. Na Portuguesa, saiu Silas e entrou Oliveira. O São Paulo voltou melhor e pressionou. Grafite quase marcou por cobertura.
O árbitro Anselmo da Costa protagonizou cena inusitada ao perder o cartão amarelo no gramado. Renan o encontrou e entregou ao quarto árbitro. Ele tentou disfarçar, mas não enganou os torcedores. Resolvido o problema, a partida seguiu sem nenhum prejuízo ao espetáculo.
Quando o Tricolor começava a se acomodar, outra surpresa. Washington, desta vez, de cabeça, recebeu cruzamento e colocou a Portuguesa na frente mais uma vez, aos 13 minutos. Rogério Ceni pouco pôde fazer.
O jogo foi ficando dramático e Washington quase marcou outro gol. Desta vez, o goleiro do São Paulo fez uma defesa muito difícil. A Lusa não se recolheu e Rogério Ceni foi se consagrando como o melhor são-paulino em campo, evitando que o time do Canindé ampliasse a vantagem.
Aos 36 minutos, Gléguer fez uma seqüência de três milagres consecutivos e levou a torcida são-paulina se entregar definitivamente ao desespero. A pressão foi imensa e o goleiro da Lusa se juntou a Washington como o herói do jogo.