Agora é oficial: Dorival Júnior não é mais técnico do São Paulo. O cenário que se desenhava ainda no início da madrugada dessa sexta, logo após outro revés em um clássico, dessa vez contra o Palmeiras, foi confirmado pela manhã. O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, não suportou a pressão oriunda de todos os lados, inclusive de aliados, e comunicou ao treinador sobre a interrupção do trabalho. Essa é a sexta demissão de técnico no São Paulo em dois anos e onze meses.
André Jardine deixa a equipe Sub-20 e assume de forma interina o elenco principal já no treino de reapresentação do grupo, por volta das 16 horas dessa sexta, no CT da Barra Funda, quando a diretoria promete se manifestar em coletiva de imprensa. O plano é confiar no treinador da base até a contratação de um novo profissional, que chegará com a missão de liderar o time em uma retomada que tem como prioridade o Campeonato Brasileiro. Jardine deve ser convidado a seguir na comissão técnica e, definitivamente, deixar os meninos e Cotia.
Ainda é cedo para falar de nomes. A partir de agora a diretoria são-paulina vai ao mercado estudar possibilidades. Vanderlei Luxemburgo, desempregado e que chegou a ter o nome pedido pela Independente, principal organizada do São Paulo, divide opiniões no clube por causa de seu temperamento e não deve ser a primeira opção no momento.
A demissão de Dorival Júnior acontece 40 jogos após sua contratação, em 5 de julho de 2017. Foram 17 vitórias, 11 empates e 12 derrotas. Um aproveitamento de 51,6% dos pontos disputados, que é superior ao de seus cinco antecessores (Rogério Ceni, Ricardo Gomes, Edgardo Bauza, Doriva e Juan Carlos Osorio). Muricy Ramalho, que deixou o clube em abril de 2015, foi o último técnico a ter resultados melhores, com 60% de aproveitamento.
Contra Dorival pesou o péssimo início de temporada. Na avaliação da diretoria de futebol, a equipe não tem demonstrado evolução técnica, tática e nem de postura. Raí, diretor-executivo de futebol, chegou a pedir mais tempo e defendeu a permanência de Dorival quando a situação já era complicada. A gota d’água foi a derrota para o Palmeiras com uma atuação muito aquém do esperado, como o próprio treinador reconheceu. Até mesmo aliados de Leco jogaram a toalha ainda na noite de quinta-feira sobre a ideia de defender a continuidade.
Aliás, as três derrotas nos três clássicos dessa primeira fase do Campeonato Paulista falaram alto nos bastidores do clube. Além disso, o tricolor é apenas o oitavo colocado na classificação geral e pode cair para a 12ª posição, apesar da vaga garantida nas quartas de final. Na Copa do Brasil, o time está em vantagem contra o CRB, pela terceira fase, mas também não convenceu ainda.
A Independente, que chegou a aparecer no CT em grande número para apoiar o time antes do Choque-Rei, agora promete realizar um protesto antes do confronto com o Red Bull Brasil, marcado para às 17 horas de domingo, no Morumbi. É o último compromisso pelo Estadual antes das quartas de final, quando o tricolor terá o São Caetano pela frente. Na quarta-feira o desafio será contra o CRB, em Maceió, pela Copa do Brasil.