Aos 29 e 30 minutos do segundo tempo, Denis, substituto de Rogério Ceni, fez duas defesas em cabeças à queima-roupa de Elton. Compensou a ineficiência do ataque do São Paulo, manteve um 0 a 0 com o Vasco que manteve o Tricolor perto da zona de classificação para o Libertadores e ajudou a recolocar o Corinthians na liderança do Campeonato Brasileiro.
Ao somar só um ponto em São Januário, o time da casa chegou a 58, igual ao Alvinegro paulista, que venceu o Avaí no Pacaembu e retomou a primeira posição por ter mais vitórias. O São Paulo, por sua vez, continua em sexto lugar, agora a dois pontos do quinto colocado Flamengo, que está na faixa que dá vaga na Libertadores.
Os milagres de Denis expuseram uma partida dominada pela equipe cruz-maltina, embora sem tantos lances de perigo a favor. Com ampla superioridade no meio-campo durante o primeiro tempo, o Vasco se assustou em três jogadas de contra-ataque, única estratégia são-paulina, mas esteve mais perto do gol. Assim como no segundo tempo. Mas não teve eficiência para a torcida que lotou o estádio comemorar.
O Vasco mantém sua luta pelo pentacampeonato brasileiro no próximo domingo, contra o Santos, às 17 horas (de Brasília), na Vila Belmiro. O Tricolor paulista visita o Bahia, em Salvador, às 19 horas de sábado, tentando sua primeira vitória após oito rodadas de jejum na liga nacional.
O jogo -No duelo tático, se Emerson Leão confiou em seus três zagueiros para deixar só Wellington e Carlinhos Paraíba no meio-campo, com Piris e Juan nas alas e Marlos solto para se juntar a Lucas e Willian José, Cristovão Borges privilegiou o setor com os marcadores Allan e Jumar nas laterais, Romulo e Fellipe Bastos na cabeça de área e Juninho Pernambucano e Felipe na armação para o incessante Eder Luis e a referência Elton.
Logo com 25 segundos de jogo, Xandão provou que a segurança do 3-4-2-1 de Leão não existia ao cometer falta no primeiro drible de Eder Luis e levar cartão amarelo. O zagueiro foi forçado a atuar mais recuado para não ser expulso. Atitude como a do time, dando ao Vasco um domínio que já era previsível pela formação tática.
O Tricolor até levou perigo na primeira vez que usou sua estratégia de lançar para se aproveitar da velocidade de Lucas e Marlos. Na única boa jogada de Lucas no primeiro tempo, Carlinhos Paraíba obrigou Fernando Prass a fazer excelente defesa. Um lance, contudo, de válvula de escape, insuficiente para dominar o adversário.
Diferentemente do que ocorreu com os anfitriões. Com dois meias bastante criativos e a subida de seus laterais para bloquear os alas do São Paulo, o Vasco chegava a ter uma linha de seis jogadores no meio-campo, contra no máximo quatro do adversário. Número de atletas e espaço para trocar passes e encontrar maneiras de entrar na área.
Neste cenário, o Tricolor conseguiu proteger Denis, o substituto de Rogério Ceni, mas raramente foi mais do que um espectador dentro de campo, apenas assistindo à bola passar de um pé a outro dos jogadores de preto. Nas raras oportunidades em que tinha a posse, apelava logo para o lançamento longo em direção a Lucas e Marlos, passes que na maioria das vezes deu errado.
Para sorte dos visitantes em São Januário, as finalizações vascaínas não estavam boas. Juninho Pernambucano parou em Denis e Elton, nas duas chances que teve, mandou rente à meta tricolor. Por isso, o São Paulo conseguiu terminar o primeiro tempo igualado nas jogadas de perigo, já que, em seus lançamentos, Willian José fez Fernando Prass trabalhar e Marlos quase fez o gol.
Na volta para o segundo tempo, os dois times tiveram novidades de postura em algumas peças. O Vasco reapareceu com alas mais incisivos. Com isso, logo aos três minutos, Allan driblou dois marcadores e só não fez um golaço porque Denis espalmou. Mas deu mostra de que a equipe forçaria nas costas de alas confusos no novo esquema de Leão.
O São Paulo, por sua vez, buscou ter mais vida na partida. Apesar de dar espaço ao adversário, teve os laterais chegando bem mais à frente, dando opções de tabela aos já isolados Lucas e Marlos e, principalmente, Willian José, além de ter mais espaço para arremates. Acabou empurrando a equipe cruz-maltina para seu campo de defesa, equilibrando o confronto.
A igualdade, contudo, que diminuiu a movimentação dos jogadores dos dois times. Por motivos físicos, Cristovão Borges sacou Felipe e Juninho Pernambucano, foco da criação ofensiva da equipe, e acabou preenchendo ainda mais seu meio-campo. Por razões táticas, Leão mexeu no trio mais à frente, trocando Lucas, Marlos e Willian José por Henrique, Cañete e Rivaldo.
Quando o renovado ataque são-paulino tentava encaixar seu ritmo, reapareceu Elton em lances isolados. Para azar do centroavante, também apareceu Denis. O goleiro fez dois milagres em cabeçadas à queima-roupa do atacante, aos 29 e 30 minutos, segurando um 0 a 0 não tão bom para o Tricolor, mas bem melhor que uma derrota. Pior para o Vasco.