Muricy Ramalho e o São Caetano dificilmente vão conseguir se livrar da fama de chatos. Porém, a chatice de ambos proporcionou aos torcedores que compareceram ao Pacaembu, neste domingo, um ótimo espetáculo. Por não ter feito alterações durante os 90 minutos, parte da torcida são-paulina saiu dizendo que seu treinador, além de chato, seria burro.
Apesar de ter terminado empatado por 1 a 1 – gols de Hugo e Richarlyson (contra) -, o primeiro confronto das semifinais do Paulistão teve várias alternativas. O Tricolor atacou muito mais do que o adversário, mas não mostrou competência para acertar o alvo. Quando o fez, o goleiro Luiz esteve atento, em tarde inspirada. O Azulão mostrou muita aplicação tática e bons contra-ataques.
Prometendo mais um jogo empolgante, as duas equipes voltam a se enfrentar no próximo sábado, no Morumbi, onde o São Paulo volta a jogar pelo empate para se classificar. Antes disso, na quarta-feira, o Tricolor tem confronto com o Alianza Lima, no Peru, pela Copa Libertadores.
O jogo começou equilibrado. O São Paulo tinha maior volume e o São Caetano, cauteloso, também chegava com perigo. Rogério Ceni teve falta para cobrar e mostrou que sua pontaria não anda boa.
Canindé pediu pênalti, mas o jogo seguiu. Ilsinho fez uma linda jogada, que terminou saindo pela linha de fundo. Em cobrança rápida de falta, Luiz Henrique recebeu livre dentro da área e desperdiçou chance inacreditável, a maior do jogo até então.
Irritada porque o gol não saía, a torcida são-paulina canalizou sua frustração para o árbitro Paulo César de Oliveira. Pedia pênalti em todas as jogadas e cartões em todas as faltas cometidas pelo Azulão.
A tensão acabou aos 29 minutos, quando Jadílson cruzou rasteiro para a chegada de Hugo. O meia, artilheiro do Tricolor na temporada, bateu para estufar as redes pela oitava vez em 2007.
Souza chegou a marcar o segundo gol antes do término do primeiro tempo, mas o trio de arbitragem assinalou impedimento antes mesmo da finalização. O jogo seguia aberto e disputado. O Azulão não se entregou, mas encontrava dificuldades por causa da forte marcação sobre Douglas, seu homem de criação.
Após o intervalo, o técnico Dorival Júnior sentiu seu time sufocado e decidiu reforçar a marcação com Galiardo para ganhar o meio-campo e achar novas formas de chegar melhor ao ataque.
O Azulão continuava reclamando de maldade por parte de Souza. Canindé se irritou e revidou com uma entrada dura. Foi advertido com o cartão amarelo, mas manteve a rixa com o camisa dez do Tricolor.
Alex Silva fez gol de cabeça, mas estava impedido segundo Paulo César de Oliveira, que anulou a jogada. A partida seguia aberta e o São Paulo não se contentou em apenas administrar a vantagem. O goleiro Luiz, do Azulão, fez boas defesas.
Aos 10 minutos, em cruzamento na área são-paulina, Aloísio se chocou com Richarlyson, que desviou a bola contra o próprio gol. Rogério Ceni quase defendeu, mas a bola acabou entrando para deixar tudo igual no placar.
No ataque, Rogério Ceni teve cobrança de falta na risca da área e Paulo Sérgio salvou o Azulão, de cabeça, em cima da linha. O São Paulo foi ficando nervoso porque, pensando também na Copa Libertadores, pretendia abrir uma boa vantagem no primeiro jogo da semifinal.
A pressão era grande. Aloísio enfiou bola para Souza, que finalizou mal, tirando tinta da trave. A torcida sofria e Dorival Júnior reforçou ainda mais a marcação com Marabá.
O São Paulo pressionou bastante até o último minuto, mas não teve calma para garantir a vitória. O Azulão se defendeu bem e teve dificuldade para encaixar um contra-ataque que lhe colocasse na frente do marcador. Alguns torcedores deixaram o estádio chamando o técnico Muricy Ramalho de burro.