Em 17 de julho, no Beira-Rio, uma vitória por 3 a 0 do São Paulo sobre o Inter definiu os rumos das duas equipes no Brasileiro, com consequências sentidas ainda hoje: o Tricolor entrou de vez na briga pelo título e o Colorado teve que se desdobrar para entrar nos trilhos do pelotão de frente. Às 16 horas (de Brasília) desta quarta-feira, um novo encontro entre os clubes, na Arena Barueri, definirá as metas de ambos na reta final.
Aquele duelo diante dos gaúchos foi o último antes de Adilson Batista assumir o São Paulo. Desde então, o time seguiu próximo da liderança – atualmente, está em terceiro e a quatro pontos do primeiro colocado -, mas precisa pôr fim a um jejum de quatro jogos para não perder espaço na briga pela taça e ter que se conformar com a busca por vaga na Libertadores.
"Estamos na reta final e pensamos em vencer todos os jogos, independentemente contra quem vamos jogar. Não será fácil, o Inter tem muita qualidade, mas uma vitória nos dará confiança e ânimo para continuarmos na briga pelo título", declarou Juan, esperançoso em fazer seu clube voltar a sair de campo com três pontos.
Para isso, o Tricolor terá que superar três desfalques. Não poderá escalar Denilson, suspenso, Piris, que defende a seleção paraguaia, e Lucas, a serviço da Seleção Brasileira. Na parte ofensiva, deve ser mantida a escalação com Rivaldo próximo a Dagoberto e Luis Fabiano e Cícero mais recuado.
O mistério do comandante está no setor defensivo. Com Wellington de volta após cumprir gancho, Adilson pode optar pelo volante na cabeça de área na vaga de Denilson, mantendo Jean na lateral direita, ou deslocar Wellington para o lado do campo, promovendo a entrada de Rodrigo Caio no meio-campo.
Uma formação bem diferente daquela que venceu por 3 a 0 no Beira-Rio e causou a demissão do técnico Paulo Roberto Falcão. Ter de correr atrás dos pontos perdidos no começo do campeonato custa caro. A margem de erro fica muito menor. O torneio passa a apresentar uma final a cada jogo, sem poder vacilar. É o caso do Inter nesse Brasileirão. As oscilações deixam o time em sétimo lugar na classificação, a três pontos da última vaga à Libertadores.
A situação já foi melhor, mas, também, já foi pior. De tempos em tempos, o time reverte expectativas, mas chegar a uma das cinco primeiras posições na tabela não é possível há muito tempo.
A aposta colorada é nos confrontos diretos. Eles começaram na vitória por 3 a 0 sobre o Vasco, no domingo. Agora aparece o São Paulo e até o último jogo do ano, todos que estão na frente na classificação serão enfrentados. O alvo é a chance de disputar o tri da América em 2012, mas conquistar o inesperado tetra brasileiro não é descartado, apesar dos oito pontos que separam o Inter do líder Corinthians.
Mas até chegar lá, se conseguir, há muito por fazer. O Tricolor paulista aparece no meio do caminho a quatro pontos de distância. "Sabemos que estamos precisando disso, mas também sabemos que o São Paulo é um adversário sempre complicado, duro, que está na nossa frente e é a nossa chance de chegar um pouquinho mais perto. Passa a ser mais que uma final", afirmou Guiñazu.
Sem os três centroavantes do elenco, pois Leandro Damião e Gilberto estão lesionados, além de Jô estar suspenso, o técnico Dorival Júnior terá que improvisar o garoto Dellatorre no comando ofensivo. Um problema inesperado, mas que precisa ser superado, pois o Inter corre atrás dos pontos perdidos.
Ficha Técnica
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Wellington, João Filipe, Rhodolfo e Juan; Rodrigo Caio (Jean), Carlinhos Paraíba, Cícero e Rivaldo; Dagoberto e Luis Fabiano
Técnico: Adilson Batista
INTERNACIONAL: Muriel; Nei, Rodrigo Moledo, Índio e Kleber; Bolatti, Guiñazu, Andrezinho, Ilsinho e D"Alessandro; Dellatorre
Técnico: Dorival Júnior