“O Cruzeiro é a melhor equipe da Libertadores até agora”. A frase do técnico Muricy Ramalho demonstra como está o pensamento do São Paulo antes do primeiro duelo das quartas de final do torneio continental. Tricolor e Raposa começam a lutar por uma vaga na semifinal na noite desta quarta-feira, às 21h50 (de Brasília), no estádio Mineirão.
Depois de passar mais de um mês longe da Copa Libertadores (em função da classificação automática nas oitavas devido à desistência do Chivas), o São Paulo volta a campo pela competição com a disposição de espantar o período turbulento. O meio-campista Hernanes, inclusive, explica que o Tricolor está novamente em condições de exibir um bom futebol depois do empate no clássico contra o Palmeiras, pelo Brasileirão.
“No domingo, deu para sentirmos um pouco como foi voltar a jogar com vibração e com o espírito que sempre tivemos. Isso dá uma luz para o São Paulo fazer dois grandes jogos na Libertadores para conseguir chegar à semifinal”, comentou.
Para o duelo no Mineirão, o técnico Muricy Ramalho voltará a contar com jogadores importantes, como o zagueiro Renato Silva, o volante Jean e o atacante Borges. Com os reforços, o treinador espera que o Tricolor jogue seu melhor futebol para superar a equipe celeste.
“Temos que ser nota 10 para enfrentar um time como o Cruzeiro. É uma equipe fortíssima, a melhor da Libertadores até agora (em números, na verdade, a melhor campanha pertence ao Grêmio). Contra um time deste nível, temos que jogar no limite”, ponderou.
O técnico ainda faz mistério sobre a escalação que colocará em campo, mas já sabe que não poderá contar com Bosco, vetado pelos médicos. Denis, então, seguirá na meta tricolor. Já Eduardo Costa e Renato Silva disputam outra vaga. A escolha do técnico determinará se o Tricolor atuará no 3-5-2 ou no 4-4-2. Independente da formação, o zagueiro Miranda avisa que o São Paulo precisa de um bom resultado em Belo Horizonte.
“O Cruzeiro vive uma grande fase, mas o São Paulo é uma potência e sempre chega forte. Há um respeito muito grande entre os dois times e vai depender de quem estiver melhor e mais concentrado. O que posso garantir é que o São Paulo chega muito forte”, prometeu.
O discurso de que o São Paulo é forte e merece respeito é ouvido também na Toca da Raposa. “Não tem favorito. O Cruzeiro vem jogando um futebol bonito que as pessoas realmente têm elogiado. Mas o São Paulo tem um jogo bem competitivo e marca muito. São dois clubes de tradição e acredito que será um grande jogo”, considerou o atacante Kléber, artilheiro celeste na temporada, com 19 gols, que esteve no Palestra Itália no domingo, observando o adversário.
Há três anos é assim. Quando se fala na força e na competitividade do São Paulo, se pensa no forte jogo aéreo. Contra ele, o time mineiro confia no zagueiro Leonardo Silva, de 1,92m, que tem se mostrado confiável neste quesito desde que chegou ao clube, no início da temporada.
“Estamos bem cientes e sabemos da força que eles têm na bola aérea, além de serem uma equipe muito forte. Temos que nos preocupar e tomar as medidas necessárias para não termos dificuldades por ali. Claro que nós também temos grandes jogadores nessa bola, mas, se tratando de São Paulo, todo cuidado é pouco”, advertiu.
O Cruzeiro tem apenas um desfalque por ordem médica, o meia Wagner, que sofreu uma lesão muscular na última partida pela Libertadores, contra a Universidad de Chile, há quase duas semanas. Desde então, Adilson Batista já formou o time de duas maneiras diferentes, e qualquer uma destas formações pode ser utilizada nesta quarta. Ou entra Athirson como armador, deixando Gerson Magrão na lateral-esquerda, ou Ramires fica com a função de criar jogadas, com a entrada de Henrique como um dos volantes. Já a surpresa no time é a ausência de Léo Fortunato, que não foi relacionado por Adilson. Thiago Heleno e Anderson disputam a vaga.
Seja qual for o esquema, o Cruzeiro espera manter seu padrão de jogo, sempre com bom toque de bola, jogando em velocidade. Afinal, foi desta forma que o time venceu – invicto – o Campeonato Mineiro e fez boa campanha na Libertadores até aqui. Em oito jogos, a Raposa venceu seis, empatou um e perdeu outro. No Mineirão, foram quatro vitórias, todas sem sofrer gols, e o mando de campo é um fator importante para este duelo.
“A gente convoca o torcedor, porque quando eles comparecem a festa fica mais bonita e o time joga com mais vontade”, disse Ramires, ídolo que está de malas prontas para o Benfica, de Portugal.