Em um San-São com alternâncias no placar durante toda a partida, o São Paulo soube se superar para manter a boa fase. Com um a menos desde os oito minutos do segundo tempo, a equipe contou com gol de Lucas aos 41 minutos da etapa final para vencer por 3 a 2 no Morumbi e chegar ao segundo lugar no Campeonato Paulista.
O placar foi um prêmio a quem soube se adaptar às constantes mudanças no confronto. O Tricolor nunca esteve atrás no placar e conseguiu até dominar a partida mesmo depois da expulsão de Rodrigo Caio, que não conseguiu escapar dos cartões amarelos na missão de parar Neymar.
Na etapa inicial, contudo, os donos da casa tiveram sorte em chute de Casemiro que desviou em Edu Dracena, aos oito minutos. No segundo tempo, aos seis, Edu Dracena empatou em vacilo da defesa de Emerson Leão. Já com um a menos, o Tricolor desempatou em cobrança de pênalti de Luis Fabiano, aos 19. Após bobeira de Casemiro, Neymar igualou, aos 31, mas Lucas garantiu os três pontos são-paulinos no eletrizante clássico.
O jogo -Apesar do mistério dos dois treinadores, tanto São Paulo quanto Santos entraram com a melhor formação à disposição. E o desequilíbrio no início do confronto ficou na disposição dos anfitriões, que se aproveitaram do cansaço dos adversários da partida no Peru na quinta-feira para mantê-los em seu campo de defesa.
O Peixe passou os primeiros dez minutos do clássico com nove ou dez jogadores de linha na intermediária, à frente da zaga, na tentativa de coibir a troca de passes do Tricolor. Ficar tão agrupado acabou custando caro. Aos oito minutos, Casemiro resolveu arriscar de perto da meia-lua e contou com desvio de Edu Dracena para abrir o placar.
Com o gol, além de desgastado, o Alvinegro se mostrou perdido. Mérito dos comandados de Emerson Leão, que aproveitaram a confusão do rival para tocar a bola em velocidade e, mesmo sem marcar adiantado como antes, saber a hora de impor velocidade para chegar à área de Rafael.
A velocidade de Lucas, a movimentação de Luis Fabiano e a dinâmica imposta por Jadson e Cícero resultaram em uma série de oportunidades de gol, inclusive com novas passagens de Casemiro, sempre chegando desmarcado como surpresa. O problema para os donos da casa, contudo, foi desperdiçar tudo que criou após seu gol no primeiro tempo.
Quando o São Paulo diminuiu seu ritmo, o Santos conseguiu tornar seu meio-campo um pouco mais útil, passando a tocar a bola para se aproximar da meta de Denis ou colocar Neymar na partida. Assim, conseguiu, antes do intervalo, assustar em arremate de fora da área de Borges que Denis teve reflexo para espalmar.
Para se aproveitar da dinâmica menor dos anfitriões, Muricy Ramalho resolveu preencher mais seu meio-campo trocando o imperceptível Ibson por Elano. Ganhou força para ir à área, com o Santos passando os primeiros minutos do segundo tempo sempre perto de Denis.
O antes confuso Peixe deixava o Tricolor perdido. O gol de empate era questão de tempo, e se confirmou graças a um vacilo da defesa dos mandantes. Aos seis minutos, Neymar cobrou escanteio fechado, quase marcando gol olímpico. Denis evitou, mas espalmou para a pequena área, deixando a bola bater em Paulo Miranda e ficar à disposição para Edu Dracena só empurrar para as redes.
Com o empate, apareceu o desequilíbrio do Peixe: Neymar. O atacante iniciou o segundo tempo jogando em cima de Rodrigo Caio, ciente de que o volante improvisado na lateral direita já tinha cartão amarelo. Após tantos dribles, o jovem camisa 25 do Tricolor cometeu falta, foi advertido e deixou o time com um a menos a partir dos oito minutos do segundo tempo.
A expulsão mudou completamente o panorama da partida. Muricy Ramalho, em busca da vitória, colocou Felipe Anderson para aumentar a chegada ao ataque. Do outro lado, Leão trocou a armação de Jadson pela especialidade de Piris na lateral direita, alterando os duelos individuais no meio-campo.
E a mexida acabou sendo benéfica aos anfitriões. Lucas passou a atuar vindo de trás, em velocidade, como prefere, tabelando com Luis Fabiano. Mesmo com um a mais, o Peixe que corria atrás do adversário. E aos 19 minutos, após troca de passes entre Lucas e Luis Fabiano que teve até toque de calcanhar, só conseguiu parar o centroavante com falta na área. Pênalti que o camisa 9 bateu nas redes.
O Tricolor, enfim, acreditou que poderia respirar tranquilo apertando a marcação na meia-lua defensiva. Teve tanto sucesso que acabou com confiança demais, o que custou caro. Casemiro perdeu bola na entrada da área e ela chegou a Durval, que rolou para Neymar driblar Denis e empatar o clássico.
Entre tantas alternâncias, o Peixe, antes cansado, passou a usufruir melhor de sua superioridade numérica, pressionando. Mas também errou, esquecendo Lucas. E o garoto, em mais uma arrancada, deu o gol para Cortez e, após o lateral acertar a trave, ele mesmo colocou a bola nas redes, aos 41 minutos, sentenciando a festa são-paulina.