Apesar dos desfalques do lateral direito Victor Ferraz, do meia Lucas Lima e do centroavante Ricardo Oliveira, além de uma atuação ruim no princípio do clássico deste domingo, o Santos conseguiu reagir no Campeonato Brasileiro com uma vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, na Vila Belmiro. O time da casa havia sofrido um belo gol de Marlone no primeiro tempo, mas chegou à virada com Vitor Bueno, de pênalti, e Renato, de cabeça, no segundo.
O resultado deixou o Santos com 39 pontos ganhos, na quinta colocação, apenas um atrás do próprio Corinthians, o pior dos times que estão na zona de classificação para a Copa Libertadores da América. Antes do tropeço diante do rival, os comandados de Cristóvão Borges se mostravam animados, já falando em uma “possibilidade muito real” de conquistar o título.
Com o G4 como meta muito mais palpável, o Corinthians buscará a reação diante do Coritiba, na quarta-feira, no Couto Pereira. No mesmo dia, o Santos, reabilitado das derrotas para o time paranaense, o Figueirense e o Internacional, enfrentará o Botafogo, na Ilha do Governador.
O jogo – Com a mesma formação ousada utilizada no bom segundo tempo da vitória sobre o Sport, deixando Camacho como único volante de origem no meio-campo, o Corinthians pretendia se sentir em casa para atacar na Vila Belmiro.
Do outro lado, no entanto, o desfalcado Santos se apegou à torcida única presente no estádio para tentar tirar proveito da postura ofensiva corintiana e acuar o rival no princípio do clássico. Rodrigão chegou a cabecear a bola na trave logo aos seis minutos, porém o árbitro Raphael Claus viu impedimento na jogada.
O tempo passou, e o Corinthians controlou o ímpeto santista, sendo ainda mais incisivo quando atacava. Como aos 18 minutos, quando Fagner foi à linha de fundo do lado direito da área e cruzou para trás. Renato cortou mal, e o próprio lateral visitante emendou cruzado – para fora, mas com perigo.
O lado direito do ataque, onde Marlone jogava bem, parecia mesmo o melhor caminho para o Corinthians incomodar a defesa do Santos. Aos 34, Fagner voltou a aparecer, só que um pouco mais atrás, enfiando a bola para Rodriguinho avançar pelo meio. O armador concluiu na saída de Vanderlei, por cima do travessão. Era um prenúncio do que estava por vir.
Dois minutos mais tarde, o Corinthians abriu o placar. Marlone – pela direita – clareou e acionou Rodriguinho, que fez uma bela assistência de letra para o companheiro chutar para a rede de dentro da área. Um golaço.
A mudança no marcador desanimou a torcida santista. Enquanto um e outro ainda tinham forças para gritar que apoiavam “o time da virada”, o Corinthians ficou próximo de ampliar no final do primeiro tempo. Na melhor dessas chances, Rodriguinho completou de primeira um cruzamento da esquerda de Uendel, na pequena área, e Vanderlei teve reflexo para defender.
Sem alterações no intervalo, o Santos também não mudou muito de postura no começo da etapa complementar, permitindo que o Corinthians voltasse a ocupar o campo de ataque. O time da casa até se mostrava empenhado, mas sem criatividade, sentindo a ausência de Lucas Lima.
O técnico Dorival Júnior, então, resolveu recorrer à entrada de Vecchio no lugar de Thiago Maia – a princípio, quem sairia seria Jean Mota. No Corinthians, Cristóvão Borges trocou Gustavo pelo ex-santista Marquinhos Gabriel.
O Santos levou a melhor depois das substituições. Aos 24 minutos, Vilson trombou com Luiz Felipe dentro da área, e o árbitro enxergou pênalti no lance. Vitor Bueno se apresentou para a cobrança, deslocou Cássio e conferiu para empatar o clássico.
Animado, Dorival mandou Caju a campo na vaga de Daniel Guedes, deslocando Zeca para o lado direito. Já Cristóvão foi mais comedido quando Giovanni Augusto reclamou de dores musculares e optou por Willians.
Empurrado por sua torcida, o Santos assumiu o controle do clássico a partir de então, tirando proveito do posicionamento defensivo do Corinthians, que já errava muitos passes. O gol da virada parecia questão de tempo. E era.
Aos 40 minutos, Jean Mota cobrou escanteio, e Renato se antecipou a Fagner para cabecear para dentro. De imediato, Cristóvão Borges tirou o inofensivo Lucca para gastar a sua última fica com Romero, que pouco tempo teve para mudar os rumos do clássico da Vila Belmiro.