De uma vez, o Santos quebrou duas escritas e só depende de um empate em casa para ir à próxima fase da Copa Libertadores da América. Na noite desta quarta-feira, o Peixe superou a má arbitragem e derrotou o Danubio por 2 a 1, em Montevidéu. Desta forma, o atual campeão brasileiro tornou-se o primeiro clube a obter pontos fora de seus domínios no equilibrado grupo 2. As oito partidas anteriores foram vencidas pelos mandantes. Além disso, o Santos passou invicto nos dez minutos iniciais da partida, situação inédita em cinco jogos no torneio sul-americano neste ano.
Mas a conquista do tão sonhado triunfo não foi nada fácil para o alvinegro paulista. No acanhado estádio Luís Frazini, a delegação brasileira optou por nem passar nos vestiários e entrou direto no gramado.
Em campo, sobraram reclamações para os santistas no primeiro tempo. Após evitar um gol nos dez primeiros minutos, o Santos teve o domínio das ações e viu o assistente impugnar dois gols de Deivid por impedimento.
O primeiro foi aos 17, quando o atacante aproveitou cruzamento de Paulo César. O lateral Léo, que não participou da jogada, é quem estava irregular. Três minutos depois, o camisa nove voltou a marcar e, apesar de ter condição, o assistente anulou outra vez.
Na etapa final, o Danubio voltou melhor e abriu o placar já aos sete minutos com o volante Pouso. O técnico Gallo colocou Basílio e foi premiado aos 21, com o atacante cruzando para Deivid marcar e, enfim, ver o lance validado. O substituto ainda conseguiu a expulsão do lateral Cafu, aos 33 minutos.
Seis minutos depois, o Santos obteve a virada. Ricardinho cruzou, Basílio matou no peito, bateu cruzado, Ávalos não alcançou, mas a bola bateu no atacante Risso, que desviou contra as próprias redes.
Com o triunfo, o Santos assume a liderança da chave, com nove pontos, e só depende de um empate contra o Bolívar, em casa, na última rodada em 11 de maio. Já os uruguaios encaram a LDU, em Quito. Antes, o Santos volta a campo neste domingo para enfrentar o Paysandu, em casa, na abertura do Campeonato Brasileiro.
O jogo
As polêmicas declarações do técnico do Danubio levou a um clima de guerra já nos vestiários. O Santos optou por sequer entrar no local e, assim que chegou ao estádio Luis Frazini, entrou no gramado.
Após dez minutos de espera, o time uruguaio entrou em campo e começou melhor no jogo. Aos nove, o atacante Salgueiro fez jogada pela direita, cruzou, Leonardo cortou e Risso não conseguiu aproveitar. Atento, o Santos conseguiu, enfim, vencer a escrita de tomar gol na Libertadores em menos de dez minutos de jogo.
E ainda tratou de ir ao ataque, mostrando a ofensividade prometida pelo técnico Gallo. Aos 17, o Peixe sentiu outra vez o peso das reclamações do Danubio. Na véspera da partida, Pelusso contestou a escalação do argentino Héctor Baldassi e temeu pela imparcialidade nas marcações.
O discurso tratou de ser confirmado no campo, mas pelo lado contrário. Na primeira boa chance dos visitantes, Paulo César cruzou, dois zagueiros uruguaios desviaram e sobrou para Deivid que, livre, apenas tocou para a meta vazia. Porém o assistente invalidou o lance, marcando posição de impedimento de Léo, que sequer participou da jogada.
Enquanto o Santos ainda reclamava, os uruguaios assustaram em finalização de Silva, que bateu próximo à trave. Aos 20 minutos, nova revolta santista. Robinho dominou na entrada da área, tocou para Ricardinho, que cruzou para Deivid marcar e ver novamente o assistente dar impedimento. Pelas imagens da TV, a posição do camisa nove era legal.
Com dois gols anulados, o Santos passou a ficar mais preocupado com o árbitro e deixou o Danubio criar duas boas oportunidades. Aos 32, Lima arriscou da entrada da área, mas Henao pegou fácil. Três minutos depois, Lima cruzou para Risso, que deu um peixinho e o colombiano voltou a fazer bela defesa.
Gol, substituição e virada – Na etapa final, o Danubio voltou com uma melhor armação e soube explorar os espaços na zaga brasileira. Com isso, o alvinegro acabou sofrendo com o “mal do início” e viu o time da casa abrir o placar logo aos sete minutos.
Em cobrança de falta de Lima, Ávalos desviou, tirou o goleiro Henao e o volante Pouso, já em cima da linha, completou para as redes. Apesar do gol, o Santos não se abalou e Bóvio exigiu boa defesa de Barbat, dois minutos após o tento uruguaio.
Aos poucos, o Peixe retomou o domínio do meio-campo e o técnico Gallo colocou Basílio no lugar de Zé Elias. A alteração deu resultado com o Santos chegando ao empate, aos 21, em jogada do atacante. Ele recebeu de Ávalos, foi à linha de fundo e cruzou. O zagueiro Melo não cortou, Robinho passou da bola, mas Deivid não. O camisa nove fez de cabeça e, desta vez, pôde enfim comemorar.
Seis minutos depois, Bóvio lançou Robinho, que acabou desarmado na hora da finalização por Vieira. Aos 33, Basílio voltou a usar sua velocidade, foi derrubado por Cafu, que acabou expulso pelo árbitro, já que tomou o segundo cartão amarelo. E, cinco minutos depois, o atacante decidiu.
Em cruzamento de Ricardinho, Basílio matou no peito e bateu cruzado. Ávalos não alcançou a bola, mas ela desviou no atacante Risso e deu a virada ao Peixe. Aos 42, Henao fez grande defesa em cabeçada de Vieira e garantiu a vitória, que deixou o Santos muito próximo da classificação.