A notícia divulgada pelo jornal espanhol Marca na noite desta segunda-feira (horário de Brasília) causou espanto entre os santistas. A decisão dos Conselheiros do Real Betis em não contratar Leandro Damião, depois de ter praticamente acertado tudo com o jogador, pegou a todos de surpresa. O centroavante está na Espanha desde segunda-feira da semana passada e aguardava apenas o fim do imbróglio judicial com o Peixe. Após o acordo firmado na sexta-feira, em audiência conciliatória em Brasília, o próprio ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho, comunicou o Betis de que clube poderia assinar contrato com Damião, já sem qualquer restrição.
Por outro lado, apesar da novela que envolve o futuro do jogador ganhar mais um capítulo de imprevisibilidade, é importante destacar que a situação não traz nenhum prejuízo ao Peixe. No acordo firmado, o clube da Vila Belmiro fica isento de responsabilidade de arcar com o salário de Damião até que o jogador encontre uma nova equipe para defender pelos próximos 18 meses. A informação foi confirmada por Ricardo Gehling, advogado do jogador, em contato com a reportagem da Gazeta Esportiva.
Nestes 18 meses, o Peixe economizará R$ 12.960.000 milhões, já que o com salário de Damião é de R$ 720 mil por mês. E caso o centroavante encontre um clube que queira contar com seu futebol também a partir de julho de 2017, o Santos terá de ser ressarcido em 12 milhões de euros (R$ 52,8 milhões), ou Damião retornará ao time da Baixada Santista, com quem tem contrato até dezembro de 2018.
Se ocorrer uma eventual negociação antes do prazo combinado, parte do valor de compra de Damião será repassado ao alvinegro e ao jogador. A porcentagem desta fatia ainda não foi confirmada, pois terá de ser acertada de acordo com a legislação do país em que o atleta estiver atuando no momento.
A decisão do Betis em recuar da ideia de contratar Damião ainda não é definitiva e pode mudar a qualquer momento, pois o atleta não possui vínculo com nenhum outro clube. Por isso, não está limitado a ser registrado dentro da janela de transferências. O estafe do ex-camisa 9 da Seleção Brasileira, entretanto, corre para encontrar uma solução rápida por causa do longo tempo de inatividade do jogador, que ano passado defendeu o Cruzeiro por empréstimo.
Vale lembrar que, no acordo feito entre Santos e Damião, o alvinegro se comprometeu a pagar a dívida trabalhista que tem com o atleta em 40 parcelas. O valor total é de R$ 4,5 milhões.
A saída de Damião do Internacional para o Peixe, em dezembro de 2013 custou 12 milhões de euros e foi financiada pela Doyen Sports. Além de se comprometer, à época, a pagar o empréstimo junto aos investidores com juros de 10% ao ano, o clube assumiu o compromisso de, até 31 de janeiro de 2017, vender o atleta. Senão, terá de pagar uma multa à Doyen de 15.180.000 milhões de euros (R$ 66.4 milhões).