Titular absoluto da Seleção Brasileira, o atacante Neymar irá enfrentar a Argentina, nesta quarta-feira, no Mangueirão, no segundo e decisivo jogo do Superclássico das Américas. Com isso, a Joia irá desfalcar o Santos durante praticamente todos os treinos da semana, exceto o último, na tarde de sexta. Além disso, o jogador foi convocado para os amistosos com Costa Rica (dia 7 de outubro) e México (próximo dia 11), que irão tirá-lo do clássico com o Palmeiras, dia 9 de outubro, na Vila Belmiro.
Descontente com a situação, o Peixe resolveu demonstrar a sua irritação com a questão. Segundo o diretor de futebol do clube, Pedro Luiz Nunes Conceição, algo precisa ser feito para que os times brasileiros não sejam tão prejudicados em razão de convocações para a Seleção.
"No ritmo em que tudo está acontecendo, a Seleção Brasileira tem sido depreciada pelo excessivo número de jogos no ano. Por isso eu digo que passou do momento de o futebol brasileiro se conscientizar que estamos "matando a galinha dos ovos de ouro". Quando se prejudica os clubes, o futebol do país sai prejudicado também", disse Nunes Conceição.
Ao todo, neste ano, Neymar já ficou 106 dias afastado do Alvinegro Praiano para defender a Seleção Brasileira, seja a principal ou a sub-20. Além de perder o seu principal atleta por quase um terço do ano, a diretoria santista paga integralmente os vencimentos mensais da Joia.
"Se você contar até o fim do ano o Santos vai ficar quase 120 dias sem poder contar com o Neymar. E o pior é que o Santos continua jogando enquanto ele serve à Seleção. No mínimo ficamos sem ele em 18 jogos", comentou o dirigente.
Pedro Luiz Nunes Conceição acredita que o adiamento de partidas do Brasileirão também não é a melhor solução para o problema e vê o alinhamento do campeonato nacional com as chamadas "datas Fifa" – dias separados pela Fifa para amistosos internacionais, envolvendo Seleções – como a melhor alternativa.
"Não é um protesto, mas repito que algo precisa ser feito. A Seleção é importante, porém, os clubes são mais importantes porque são eles quem abastecem a Seleção. Os adiamentos se tornam um paliativo. Só adia a resolução da questão. A solução é simples: a Seleção pode jogar 2000 vezes ao ano desde que não tenha rodada nem do Campeonato Brasileiro ou Paulista", encerrou.