O Grêmio alcançou uma marca histórica na chuvosa tarde deste domingo, quando foi à Vila Belmiro, venceu o Santos por 1 a 0 e conseguiu sua primeira vitória no estádio do Peixe em Campeonatos Brasileiros.
Com força e atitude no primeiro tempo, o Tricolor Gaúcho marcou o único gol da partida aos 20 minutos, quando Escudero se aproveitou da espalmada de Rafael em cobrança de pênalti e converteu.
Omisso na primeira parte do jogo e correndo contra o tempo na segunda etapa, o Santos bem que tentou, mas esbarrou em uma série de fatores, como a troca de passes ineficiente, o gramado pesado e a ausência de Neymar, que é sempre o jogador decisivo do Alvinegro Praiano.
Das últimas quatro partidas, o Santos perdeu três e venceu apenas uma. Com isso, se mantém com os 38 pontos na 13ª posição. O Grêmio, que insiste em dizer que o sonho está vivo, foi a 42 e tomou a nona posição do Palmeiras.
O Jogo – Nos primeiros minutos de bola rolando, o Grêmio quis usar uma arma que o Santos é reconhecido por utilizar na Vila Belmiro: a posse de bola. O time gaúcho dominava as ações com base na troca de passes no meio-de-campo entre Marquinhos e Douglas.
Efetivamente, no entanto, o Grêmio pouco agrediu a defesa santista. Apenas aos dois minutos, quando André Lima recebeu lançamento, enganou o zagueiro Bruno Rodrigo e bateu de fora da área para Rafael espalmar com dificuldades para escanteio, e no minuto seguinte, quando o mesmo André Lima recebeu cruzamento e estufou as redes. A posição de impedimento foi assinalada.
Os descuidos defensivos não atingiram só o Santos, que se aproveitou de uma falha do zagueiro improvisado Gilberto Silva para ter sua primeira oportunidade após lançamento de Danilo. Borges caiu no meio do lamaçal para buscar o gol, mas a bola foi pela linha de fundo sem sustos para o goleiro Victor.
Era justamente com Danilo que o Santos tentava arriscar alguma coisa. Sem querer se expor pelo lado esquerdo, onde Durval cuidava da ala, o lateral direito ia à frente, tabelava principalmente com Arouca e Alan Kardec, mas sem eficiência. Borges corria e pedia a bola, com vontade de se vingar do Grêmio, onde não encontrou a felicidade, mas teve poucas chances na primeira etapa.
O lateral Durval, dono da camisa 3 na tarde do domingo, teve um lance digno de titular da posição. Ibson vinha com a bola dominada pelo meio, observou a descida de Durval no flanco e o serviu. O substituto de Léo penetrou na área gremista e bateu forte para o desvio de Fernando.
O Grêmio retomou a iniciativa e, depois de martelar um pouco, abriu o placar na Vila Belmiro com um erro duplo da defesa santista. Na jogada ofensiva, a bola veio muito à frente para que Douglas pudesse alcançar. Edu Dracena fez a parede e tentou proteger para a chegada de Rafael, que estava longe demais e não conseguiu encaixar a bola.
Na sobra, o goleiro santista não teve opção senão derrubar André Lima, que ficaria em excelentes condições para marcar. Pênalti marcado e cartão amarelo para o camisa 1 do Peixe. Na batida de Douglas, Rafael espalmou para o meio da área e Escudero entrou na área com liberdade para fazer o gol do Grêmio. Nenhum zagueiro acompanhou o jogador gremista, que só teve o trabalho de concluir, aos 20 do primeiro tempo.
A tônica da partida a partir desse momento foi o Santos tocando a bola no campo de ataque, mas sem movimentação, velocidade e nem efetividade. Enquanto isso, o Grêmio só marcava para anular as opções santistas, que se restringiam a Arouca e Danilo, e esperava o momento de contragolpear.
Apenas mais duas chances de gol, uma para cada lado, fizeram o torcedor arregalar os olhos. Aos 30 minutos, Fernando bateu de longe seguindo as orientações de Celso Roth e Rafael rebateu mais uma vez. Douglas apareceu com liberdade, mas errou o passe final. 15 minutos depois foi a oportunidade do Santos, quando Arouca cruzou do lado direito, Borges ajeitou com o peito e Ibson se esticou para chutar no meio do gol, nas mãos de Victor.
Com os uniformes limpos, Santos e Grêmio voltaram para o segundo tempo sem mudança nas escalações, mas bem diferentes com a bola nos pés, tanto que os anfitriões mostraram que não estavam mortos e tentaram acuar o Grêmio no campo de defesa, uma mudança completa de atitude.
Aos sete minutos, Danilo conseguiu dominar a bola e realizar um bom cruzamento pelo lado direito. O artilheiro Borges subiu mais alto que os defensores para cabecear, obrigando Victor a espalmar para cima. Um minuto depois, após outro cruzamento do ágil Danilo, o goleiro gremista saiu mal mas, no chute de Henrique, se recuperou e fez a defesa com segurança.
Os gaúchos devolveram nos dois lances seguintes se aproveitando do fato de o Santos ter partido para cima. Aos 11, Rafael fez boa defesa em chute de Rentería. Dois minutos depois, a torcida santista teve outra amostra da qualidade do seu goleiro, quando André Lima cabeceou completamente livre e Rafael, outra vez, executou grande defesa.
Quatro motivos explicam o fato de o Santos não ter conseguido reagir: muitos erros de passe, gramado pesado, o que impossibilitava justamente essa troca de passes, a falta de um apoiador pelo lado esquerdo. Acostumado a ter Léo sempre descendo por ali, o Santos não tinha Durval como uma referência ofensiva no setor. O último, mas não menos importante, foi a ausência de Neymar. Sem ousadia, não deu para o Santos.