epois de se classificar de forma dramática na primeira fase do Paulistão, o Santos mostrou força nesta semifinal para eliminar com autoridade o Palmeiras, que havia sobrado na etapa classificatória. Embalado pela vitória que obteve na Vila Belmiro, o Peixe se impôs na casa do adversário neste sábado, ganhou do Verdão por 2 a 1 e fez ressurgir o ‘fantasma do Palestra Itália’.
Apenas três dias depois de empatar com o Sport em casa (pela Copa Libertadores), a equipe dirigida por Wanderley Luxemburgo caiu em seus domínios diante do Peixe e deu adeus ao sonho de conquistar o segundo título consecutivo do Campeonato Paulista. A síndrome de ser eliminado no Palestra voltou a assombrar o Verdão, que nos últimos anos deixou escapar chances de disputar a Libertadores e até de buscar títulos em função de tropeços em casa.
O time de Vágner Mancini se mostrou superior desde o início da partida deste sábado e balançou as redes com Mádson e Kléber Pereira, em cobrança de pênalti. Quando o Palmeiras estava com um jogador a menos (Maurício Ramos foi expulso no lance do pênalti), Pierre descontou com um chute de longe, que passou por entre as pernas de Fábio Costa, em uma falha incrível.
Nos minutos finais, o clima esquentou em campo com o desentendimento de Diego Souza e Domingos, que foram expulsos. O meia palmeirense ainda derrubou o adversário fora de campo, quando ambos já havia sido excluídos.
Com a classificação para a decisão garantida, o Santos aguarda para saber no domingo quem será seu adversário na final do próximo fim de semana. São Paulo e Corinthians disputam a outra semifinal, no Morumbi.
O jogo: O Santos começou a partida provando seu discurso de que não ficaria apenas se defendendo. Mesmo com a vantagem de jogar pelo empate, o time de Vágner Mancini partiu para cima do Palmeiras, criando jogadas rápidas na frente e marcando a saída de bola do Verdão. Na primeira tentativa santista, Mádson cobrou falta da direita e carimbou a barreira. Instantes depois, o meia-atacante arriscou novamente, desta vez em chute de longe, mas para fora.
Depois de passar dez minutos se segurando no sufoco atrás, o Verdão respondeu em duas jogadas de bola parada, mas o ataque alviverde não conseguiu aproveitar as cobranças de falta de Evandro. Aos 12 minutos, enfim o Palmeiras conseguiu intimidar o Santos, ao criar a melhor jogada do jogo até então. Fabinho Capixaba cruzou da direita para Diego Souza, que matou no peito e bateu desequilibrado, perto do travessão.
O lance assustou o Santos e ajudou o time da casa a equilibrar as forças em campo. Na jogada seguinte, Evandro cobrou falta da direita e Danilo mandou de peito para exigir excelente defesa de Fábio Costa. Na resposta, aos 17 minutos, o Peixe abriu o placar. Neymar fez lançamento para Mádson, que ganhou na velocidade da zaga alviverde e tocou na saída do goleiro Marcos para balançar as redes.
Depois do gol, o jogo continuou em um ritmo acelerado. Fabinho Capixaba invadiu a área, driblou um marcador e bateu nas mãos de Fábio Costa. Porém, do outro lado, o Alvinegro quase ampliou. Kléber Pereira aproveitou cruzamento da direita e cabeceou rente à trave.
Com jogadas de perigo na frente, o Peixe chegou novamente perto do segundo gol em um lance incrível. Depois de cruzamento da esquerda, Marcos rebateu e a bola chegou a Danilo, que tentou mandar para fora com um toque de calcanhar, mas acertou a trave. No rebote, Neymar bateu para fora. Assustado com o ímpeto dos visitantes, o Palmeiras teve chance em cobrança de escanteio batida por Evandro, mas Danilo cabeceou para fora.
Com o placar adverso e a forte marcação santista, o Palmeiras começou a mostrar nervosismo e abusar dos erros de passes, enquanto o Peixe usava o rápido Mádson para iniciar os contra-ataques. Assim, restou ao Verdão arriscar em batidas de longe, como a de Evandro, que foi defendida por Fábio Costa.
Nos minutos finais da etapa, o setor de torcedores alviverdes conhecido como ‘turma do amendoim’ reclamou com Luxemburgo, que orientava o time na beira do gramado. Quem também deu uma bronca no técnico palmeirense foi o árbitro Sálvio Spínola Fagundes Filho, que não gostou da postura do treinador.
No intervalo, Luxemburgo atendeu aos pedidos da torcida e fez duas alterações para deixar o Verdão mais ofensivo. Deyvid Sacconi e Ortigoza entraram nas vagas de Jumar e Lenny. Já o Peixe retornou sem alterações ao gramado. No primeiro lance do segundo tempo, Capixaba chutou de longe e errou o alvo.
No entanto, o Peixe continuou perigoso e teve pênalti ao seu favor. Sálvio Spínola assinalou falta dentro da área de Maurício Ramos sobre Neymar. O zagueiro palmeirense recebeu o segundo cartão amarelo e, consequentemente, foi expulso de campo. Assim, aos seis minutos, Kléber Pereira cobrou para ampliar a vantagem. Para fechar a zaga depois da expulsão, Luxemburgo colocou Marcão na vaga de Evandro, que foi muito vaiado e xingado pelos palmeirenses.
Já Vágner Mancini tirou Roberto Brum para a entrada de Pará. O Santos continuou bem ajustado em campo, enquanto o Palmeiras abandonou o esquema tático para avançar no desespero, com parte da torcida xingando Luxemburgo. No entanto, justamente no momento em que o jogo parecia perdido para o Verdão, um frango de Fábio Costa fez ressurgir o sonho dos donos da casa.
Aos 28 minutos, Pierre chutou da intermediária e a bola passou por entre as pernas do goleiro. O gol esquentou novamente o jogo, e as jogadas ficaram mais ríspidas, obrigando o árbitro a distribuir cartões. Mancini, então, tirou Kléber Pereira e Neymar para colocar Roni e Domingos.
Um minuto depois das substituições, Diego Souza e Domingos se desentenderam e foram expulsos. O meia palmeirense ficou revoltado e tentou partir para cima do santista, que estava no chão. Contido inicialmente pelos jogadores dos dois times, Diego Souza procurou Domingos fora de campo e o derrubou com uma rasteira. O zagueiro deixou o campo comemorando.
Nos minutos finais, o Palmeiras ainda foi ao ataque e não conseguiu evitar a derrota.