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Ronaldo e Zidane travam duelo hoje nas eliminatórias entre Brasil e França

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Se não fosse pelo adversário, Ronaldinho Gaúcho finalmente seria o centro das atenções neste sábado. Ele sim é o melhor do mundo atualmente e é exatamente ele quem não está rendendo o que todos esperavam. Ronaldo, gordo ou não, já se recuperou nesta Copa e se tornou o maior goleador da história da competição (15 gols). Porém, o destino quis que o Brasil encontrasse nas quartas-de-final, às 16 horas (de Brasília), em Frankfurt, com a França, time que o eliminou na mesma quartas-de-final em 1986 e que venceu a final de 1998, por 3 a 0, em um dos traumas mais duros da história do futebol verde e amarelo. O drama foi tão forte que gerou até uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) em busca de explicações.

Não por coincidência, Ronaldo Fenômeno mais uma vez terá toda a pressão sobre seus ombros. Afinal, só ele (1996, 1997 e 2002) e Zidane (1998, 2000 e 2003) foram três vezes eleitos o melhor jogador do mundo pela Fifa. Na Copa da França, o brasileiro viveu o pior momento de sua carreira (além das contusões no joelho) naquela final. Após uma convulsão horas antes do jogo, o Fenômeno não rendeu em campo, não correspondeu às expectativas e abriu caminho para que o mundo ficasse conhecendo definitivamente o camisa 10 francês.

Em 2002, artilheiro do Mundial, Ronaldo se redimiu sendo o nome do pentacampeonato ao lado de Rivaldo e do técnico Luiz Felipe Scolari. Porém, o camisa 9 tem agora chance única e incomum na história dos Mundiais. Ele pode dar o troco na França e ainda aposentar Zinedine Zidane, carrasco do Brasil 1998, e atualmente seu amigo no Real Madrid.

O duelo será rico. Apesar da campanha ruim, a França ganhou força exatamente por ter o Brasil como próximo adversário. Ronaldo e Zidane medirão forças mais uma vez. Em campo, cada um foi protagonista de um título mundial. Ronaldo também foi campeão em 1994, mas sem atuar uma partida sequer nos EUA.

Ronaldo, Cafu, Roberto Carlos, Dida, Zé Roberto e Emerson são os brasileiros que estavam no elenco que perdeu a Copa de 98. Do outro lado, continuam no time francês Zidane, Barthez, Vieira, Thuram, Trezeguet e Henry.

Atualmente no cargo de coordenador técnico da seleção brasileira, Mario Jorge Lobo Zagallo era o treinador em 1998. Ele está muito confiante na vitória brasileira. “Desta vez, será o duelo do Ronaldo bom contra o Zidane bom. Tenho certeza que a amarelinha vai prevalecer. O Ronaldo não terá problemas de saúde desta vez”, disse Zagallo, que, em 1998, decidiu escalar o camisa 9, apesar de ter divulgado uma hora antes do jogo o nome de Edmundo no ataque brasileiro.

Diante das câmeras, todos os brasileiros que jogaram a Copa da França negam o sentimento de vingança. No entanto, o goleiro Taffarel, que visitou a concentração brasileira esta semana, pediu pessoalmente aos ex-colegas que dessem o troco nos franceses neste sábado.

“Não falarei com o Ronaldo. Aqui ninguém toca neste assunto, ninguém fala sobre 1998. Ele está tranqüilo, confiante e voltou a sorrir. Não há nenhum trauma em relação àquele jogo. Revanche seria se estivéssemos encontrando a França novamente em uma final”, garantiu Parreira.

Apagado desde o início da Copa, Ronaldinho Gaúcho vem se beneficiando da obsessão da mídia com o Fenômeno para escapar das críticas. O meia espera fazer um bom jogo contra os franceses. “Acho que estou jogando dentro da normalidade, mas tenho consciência de que posso render muito mais”, admitiu.

A França vive momento especial e Zidane espera ampliar suas estatísticas. Apesar de ter sua genialidade reconhecida em todo mundo, o meia tinha apenas dois gols marcados em Copas do Mundo, justamente os dois na decisão de 1998, até a última terça-feira, quando deu o golpe de misericórdia na Espanha na vitória por 3 a 1.

Antes do confronto válido pelas oitavas-de-final, Raúl, outro amigo de Real Madrid, havia dito que a Espanha aposentaria Zidane já que o francês prometeu abandonar o futebol após a Copa. O brasileiro Robinho resolveu repetir a piada para ver quem dará a última risada. “No final, foi a França que aposentou a Espanha. Vamos ver como será desta vez”, desafiou Zidane.

O técnico Raymond Domenech continua respondendo aos seus principais críticos e espera surpreender nas quartas-de-final, como aconteceu em 1986. Antes de 98 e 86, a França só havia cruzado com a seleção brasileira na semifinal de 1958. Com Zagallo atuando na ponta esquerda, o Brasil venceu por 5 a 2.

“Não posso fazer uma marcação específica no Ronaldo. Quem vai marcar o Ronaldinho, o Kaká, o Zé Roberto? Além disso, o Brasil tem dois laterais que apóiam muito. Temos que ter cuidado com todo o time brasileiro”, resumiu o treinador.

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