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Reserva se prepara para substituir Ceni também treinando faltas

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Cinco da tarde de sexta-feira. Ao final do treino com os suplentes do São Paulo, Denis seguiu no gramado do CT da Barra Funda para ensaiar cobranças de falta. Tem sido assim nos últimos meses, desde o ano passado. O futuro substituto de Rogério Ceni não se preocupa apenas em repetir o que o dono da posição faz debaixo das traves, mas também com a bola nos pés.

Os ensaios ocorrem geralmente quando Ceni não está presente – até porque é o camisa 1 quem pede para os goleiros reservas tentarem defender seus chutes. Sem ele, Denis troca de função: passa a ter a barreira móvel de frente para si e desafia os outros dois goleiros do elenco, Renan Ribeiro e Leo. E sua pontaria impressiona. Na sexta-feira, diante de Muricy Ramalho, mostrou talento colocando a bola quase sempre no ângulo ou na trave.

"Ele está melhorando, treina muito. É questão de treinamento", disse à GE.net o treinador, que estava no clube quando Denis chegou da Ponte Preta, em 2009, e nota evolução técnica do camisa 12 não apenas com as mãos.

"Além das faltas, a reposição de bola dele não era tão boa, e ele vem aprimorando desde que chegou, mesmo não jogando. Hoje em dia, os goleiros jogam muito com os pés. Isso é muito legal, porque acredito que ele vai se tornar não só um grande batedor de falta, que não é função dele, mas um grande goleiro. Ele é um cara que está sempre atento a tudo", elogiou.

Foi assim também, ensaiando antes e depois dos treinos, que Ceni virou artilheiro. No domingo passado, antes da partida contra o Botafogo, o ídolo são-paulino recebeu novos certificados do Guinness Book. Um deles, por ser o goleiro com maior número de gols na carreira (já são 114, sendo 55 de pênalti e 59 de falta, uma delas em dois lances, com a bola rolando). O primeiro, em 1997, foi sob comando justamente de Muricy, primeiro técnico a autorizá-lo a bater falta.

Dezessete anos depois de ver Ceni balançar a rede do União São João, em Araras, Muricy fica contente por ver Denis se inspirar naquele que veio a se tornar um ídolo. "É, mais ou menos, a trajetória do Rogério. Ele era muito parecido com o Denis. Quando não jogava, na época em que o Zetti estava em grande fase aqui, treinava muita falta e reposição de bola. Me parece que o exemplo do Rogério está passando para ele", compara, preocupado ainda em educar os jovens da base.

"Estou pondo os meninos também para treinar com o Denis, para aprender. Os meninos acham que não precisam treinar, que só porque sabem bater está tudo certo. Agora, eles estão seguindo o exemplo do Denis e treinando quase todos os dias", diz o treinador, que, em 2014, já não terá mais Ceni à disposição. O goleiro se aposentará em dezembro e dará lugar ao atento Denis.

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