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Renato Gaúcho deixa o Grêmio; Roger é técnico interino

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Ainda não há negociações para contratar um novo técnico para o Grêmio, de acordo com o vice de futebol, Antônio Vicente Martins, após a entrevista de despedida de Renato Gaúcho. O dirigente seguirá no cargo, junto com os demais componentes do departamento de futebol. Até a chegada de um treinador, o ex-lateral Roger Machado assumirá o comando do elenco.

Renato Gaúcho volta a ser "apenas" o maior ídolo da história do Grêmio, um deus de um clube Imortal, deixando de ser o treinador do time. Saí o técnico, segue o mito. Em entrevista coletiva no Estádio Olímpico, o herói do título mundial de 1983 confirmou o pedido de sua saída, após o empate por 2 a 2 com o Avaí, na quarta. A direção tentou, sem sucesso, demovê-lo da ideia.

Trajando uma blusa, preta, como se estivesse de luto, o maior ícone da história tricolor fez um pequeno pronunciamento e respondeu três perguntas dos repórteres presentes. A emoção estava estampada no tom de sua voz e nas lágrimas em seus olhos. "Queria agradecer de coração", iniciou, mas logo fez uma pausa para enxugar as lágrimas e prosseguir. "Queria agradecer ao Grêmio por ter me dado a oportunidade de treinar o clube do meu coração. Queria deixar um abraço e um beijo apertado em cada gremista. Procurei fazer o melhor possível pelo clube. Formamos um grupo maravilhoso", despediu-se.

Como poucos, Renato conseguiu aliar a imagem de ídolo com a de técnico. Não fosse quem é, a paciência da torcida e da direção teria acabado em pouco tempo. A imagem do ícone e de um gremista de coração saem intactas após 322 dias no clube que o lançou para o futebol há quase três décadas. Ao todo, foram 66 jogos à frente do time, com 34 vitórias, 16 empates e 16 derrotas. Um aproveitamento de 59,6%.

Faltou pouco para fechar um ano de trabalho. Em seus primeiros meses, o treinador saiu da zona de rebaixamento para uma improvável vaga na Libertadores. A nova temporada não foi tão frutífera. O seu relacionamento com os novos dirigentes sempre teve atritos.

O presidente Paulo Odone mostrou indignação pública com algumas atuações. Renato nunca foi o comandante dos sonhos, mas teve de ser aceito pela campanha de 2010 e pela figura que representa para a história tricolor.

Em suas entrevistas, diversas vezes, o treinador quebrou a hierarquia interna e teve de voltar atrás. Nos últimos dias, a relação se deteriorou devido aos constantes pedidos de reforços nos microfones e pelo fato de ter dito que deu tudo "mastigadinho" para os dirigentes em termos de contratações.

Mesmo assim, todos sempre afirmaram ter um bom relacionamento. O ex-treinador foi elogioso com seus superiores. "Minha relação era excepcional. Falei, há um semana que no momento que visse que não era minha mais a minha hora, eu pediria a sair. Foi o que fiz. Chamei os dirigentes na minha sala e falei do meu desejo", contou.

Durante a madrugada, a direção chegou a ir ao hotel onde Renato reside em Porto Alegre, mas não obtive sucesso em fazê-lo seguir no Olímpico.

Alegrias, tristezas, polêmicas. Renato Gaúcho viveu um pouco de tudo nos 322 dias em que esteve no Olímpico. Todas as emoções, todas as derrotas, todas as vitórias não mudaram a sua imagem perante os gremistas. Pelo contrário, Renato deixa o clube mais ídolo do que quando chegou.

O Grêmio perde um técnico, mas ganha um torcedor. "O Grêmio vai melhorar, vai ficar mais forte", garantiu.

 

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