A dois dias do Choque-Rei, o estiramento na coxa direita de Rogério Ceni ainda preocupava o São Paulo. Nesta sexta-feira, no entanto, os jogos que contaram com a participação de 44 torcedores do Tricolor e Aloisio Chulapa não prejudicaram a situação física do capitão, que deve enfrentar o Palmeiras normalmente neste domingo, no Palestra Itália.
Embora tenha atuado na linha, Ceni foi cauteloso durante os dois confrontos, que duraram duas horas. Com seu habitual uniforme preto, o arqueiro se posicionou apenas no campo de defesa. Nas raras oportunidades em que se arriscou na marcação, o adversário era o amigo Aloisio Chulapa, que defendeu sempre a equipe oposta.
Sem proteger as metas do Morumbi nesta noite gelada, o goleiro artilheiro já soma 128 gols e 22 anos desde sua estreia como profissional do São Paulo, ocorrida no dia 25 de junho de 1993 contra os espanhóis do Tenerife. Em seu lugar, até o mascote são-paulino se arriscou sob o travessão em cobrança de pênalti. Na primeira etapa, o time acompanhado por Ceni saiu derrotado por 2 a 1.
Durante o rápido intervalo, o campeão mundial Aloisio exibiu a habitual postura brincalhona demonstrada durante a carreira ao deixar um recado para Milton Cruz, que retomou sua função e rotina de auxiliar após a chegada do técnico colombiano Juan Carlos Osorio ao clube.
“O Milton Cruz é meu parceiro, um goleador. Pode falar pro Milton que só não deixei o meu aqui porque tem que passar a bola pra eles (torcedores) fazerem o gol, porque a gente não precisa. Mas para eles a emoção é grande”, declarou Aloisio ao amigo, que estava presente no Morumbi. O alagoano, todavia, acabou anotando um gol na última partida da noite. Ceni também mandou um recado para Chulapa. "Vou descer o c… nele", disse.
Reiniciada a partida para o tempo final, com times invertidos, a equipe que vestia o uniforme listrado anotou mais quatro gols rapidamente, com direito a uma assistência do goleiro, ainda restrito ao setor defensivo. Deste modo, o lado vencedor fechou a conta do segundo jogo em goleada: 6 a 1. Por fim, coube ao capitão cobrar 44 pênaltis sobre os participantes, sem demonstrar desconforto na coxa direita.
Para o São Paulo, entretanto, o principal triunfo da noite foi constatado quando Rogério Ceni deixou o gramado tranquilamente, já sem preocupar a comissão técnica para o clássico no Palestra Itália.