A primeira medalha do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro é dourada. Na tarde desta terça-feira, Rafaela Silva fez história ao vencer Sumiya Dorjsuren, da Mongólia, na decisão da categoria até 57kg e garantiu um lugar no ponto mais alto do pódio.
Logo no começo da disputa, Rafaela Silva conseguiu um waza-ari, confirmado após análise da mesa. Em vantagem, a judoca brasileira soube como se defender de Sumiya Dorjsuren e administrou a luta até o final. Emocionada, abraçou seu técnico e foi comemorar com os torcedores, quebrando o protocolo.
Crescida na favela Cidade de Deus, Rafaela Silva foi revelada no Instituto Reação, do ex-judoca Flavio Canto, premiado com a medalha de prata nos Jogos de Atenas 2004. Na Arena Carioca 2, a representante local contou com maciço apoio da torcida para ganhar o ouro.
Dentro de casa, Rafaela Silva disputa os Jogos Olímpicos pela segunda vez na carreira. Em Londres 2012, a campanha da brasileira terminou de maneira traumática, já que acabou desclassificada por um golpe ilegal na segunda rodada diante da húngara Hedvig Karakas. Por meio da Internet, recebeu insultos racistas do público.
Coincidentemente, quatro anos depois Rafaela Silva reencontrou a adversária europeia, superada nas quartas de final. Na semi do torneio olímpico, ela bateu a romena Corina Caprioriu e, nas duas primeiras rodadas, superou a sul-coreana Jandi Kim e a alemã Miryam Roper.
Triunfar dentro de casa não é novidade para a judoca de 24 anos. Diante de seus conterrâneos, ela brilhou na edição de 2013 do Mundial e, além de conquistar a medalha de ouro individual, ainda ganhou a prata na disputa por equipes ao lado da equipe brasileira.
Considerado fundamental pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para terminar no top 10 do quadro de medalhas, o judô iniciou os Jogos sob pressão e viu favoritos como Sarah Menezes e Felipe Kitadai terminarem sem medalhas. Com Rafaela Silva, finalmente veio a primeira conquista, de ouro.