Carlos Miguel Aidar irá colocar um ponto final em sua trajetória como presidente do São Paulo na próxima terça-feira. O mandatário vinha sendo ameaçado de deposição e perdeu a base aliada no clube devido as denúncias feitas pelo ex-vice de Futebol, Ataíde Gil Guerrero, por isso irá renunciar ao cargo.
Antes porém, Aidar fará uma reunião com dirigentes e lideranças políticas do Tricolor desta semana. “Já convoquei. Tanto os diretores renunciantes como os líderes de partidos. Se o conselho ainda estiver aberto, protocolo a renúncia na terça à noite”, afirmou o dirigente, ao portal UOL.
Assim que a renúncia for oficializada, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, presidente do Conselho Deliberativo do clube, irá assumir a presidência interinamente e terá 30 dias para convocar novas eleições. Em entrevista à TV Globo, ele já admitiu que deverá ser candidato ao pleito.
O estopim da crise na direção são-paulina ocorreu na última segunda-feira, quando Ataíde acertou um soco em Aidar, em uma briga que ocorreu em um hotel da capital paulista. Demitido pelo então chefe, o dirigente elaborou um dossiê com uma série de acusações contra Aidar, entre elas, a de desvio de dinheiro em diversas negociações de jogadores.
Em seguida a demissão de Ataíde, na terça-feira, Aidar exigiu a renúncia de toda a sua diretoria de futebol, para que ele pudesse compor uma nova cúpula de futebol no São Paulo. Desde então diversos grupos políticos do clube, inclusive os de sua base aliada, na situação, retiraram o apoio ao dirigente e exigiram sua saída.
A mais recente suspeita, a contratação do zagueiro Maidana, pode render até mesmo punições ao próprio clube. O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) analisará, em caso de comprovação, uma possível sanção ao Tricolor, que ficaria impedido de registrar qualquer novo jogador ou contratação por um determinado período.
A renúncia de Aidar marca o fim de um ciclo que teve início após o dirigente se afastar do São Paulo durante 24 anos. Presidente em dois mandatos na década de 1980, o dirigente voltou ao clube com o apoio do antecessor Juvenal Juvêncio, que barros os outros pré-candidatos à presidência do clube no ano passado, Júlio Casares e Roberto Natel. Posteriormente Juvenal e Aidar romperam ligações e se afastaram politicamente.