Quando a Fifa anunciou a Copa do Mundo no Brasil, imaginava-se que o mercado ficaria mais propício para o futebol no País. Mas o Mundial é apontado como vilão por Paulo Nobre para justificar a ausência de patrocínios na camisa do Palmeiras, que ainda tem sua camisa ‘limpa" para a temporada de seu centenário, no ano que vem.
"A Globo abriu cotas a mais de patrocínio para a Copa do Mundo e o dinheiro que ia para os clubes acabou entrando nessas cotas da Copa. Isso enxugou o mercado. Vivemos um momento atípico", explicou o presidente, que trabalha no mercado financeiro.
Apesar dos problemas, o dirigente crê no acerto com alguma marca nos próximos 20 dias. "As dificuldades estão ainda maiores, mas o departamento de marketing está trabalhando e acredito que possamos virar o ano com um patrocinador muito interessante", acreditou.
As pressões no clube são grandes para que entre o dinheiro de um patrocinador como ajuda em meio às altas dívidas do clube. E Nobre precisa se justificar. O presidente não acertou com nenhum patrocinador na sua gestão, iniciada em janeiro, sempre argumentando que os orçamentos das empresas são concluídos em outubro do ano anterior. Porém, já estamos em dezembro e o Verdão segue sem receber para expor marcas em seu uniforme.
O marketing é um dos departamentos que mais recebem críticas no clube. A promessa de anúncio de ações para o centenário não se confirmou em agosto, quando o Palmeiras completou 99 anos, e o único trunfo dos dirigentes nesta área é a reformulação do programa de sócio-torcedor, que tinha cerca de dez mil em janeiro e hoje conta com quase 37 mil adeptos. É pouco perto do que aliados de Nobre imaginavam.
Na gestão do presidente, a Mercedes Benz esteve perto de fechar, tanto que chegou a ver protótipos da camisa com seu logo. Outra próxima do acordo é a Caixa Econômica Federal, a quem o clube pode realmente apelar assim como outras agremiações. "Não fosse uma instituição financeira entrar, muitos clubes estariam sem patrocínio", afirmou Nobre.
Os rumores são de que a Caixa pagaria cerca de R$ 25 milhões para aparecer nas costas e na parte frontal da camisa do Palmeiras em seu centenário, bem abaixo dos R$ 30 milhões que Nobre sonhou para 2013, quando o time estava na segunda divisão. O discurso, contudo, segue otimista. "Sempre acredito que estamos próximos de fechar. Tivemos conversas boas no meio do ano e, agora, estão mais quentes”, disse.