A polêmica venda do Estádio Presidente Dutra, pela Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) à Prefeitura de Cuiabá, em 2011, ganhou um novo capítulo. Após a auditoria contratada pela atual gestão afirmar que “não há comprovantes da negociação e nem depósitos bancários correspondentes ao valor de R$ 3,5 milhões”, o então presidente interino da entidade, João Carlos de Oliveira Santos, contestou o relatório.
“Os comprovantes das transferências estão comigo, tenho cópias de toda a documentação”, afirmou Oliveira. Segundo ele, o então prefeito Mauro Mendes selou o acordo que devolveu à FMF a sede que fica nos fundos do estádio. “Tudo foi documentado pelo então procurador do município Rogério Galo”, garante João Carlos de Oliveira. O ex-presidente que assumiu o cargo após a morte de Carlos Orione, em 2016, afirma ainda que a prefeitura de Cuiabá pagou os R$ 3,5 milhões em várias parcelas, não numa única transferência e garantiu que os comprovantes dessa transação estão de posse da diretoria financeira da entidade.
“Está tudo lá, como não encontraram”, rebateu. “Permaneci um ano a frente da Federação, após o falecimento do Dr Orione e consegui pessoalmente, com a ajuda do Helmute, retomar a sede para a FMF. Fizemos um acordo oficial com a Prefeitura”, concluiu. MP A compra do Dutra chegou a ser investigada em inquérito civil pelo Ministério Público Estadual (MPE) por supostas irregularidades no processo.
Segundo o promotor de Justiça, Roberto Turin, “toda desapropriação precisava seguir alguns requisitos para ser considerada legal”, afirmou na época. O decreto de desapropriação foi assinado em 2011 pelo então prefeito em exercício, o presidente da Câmara de Vereadores, Júlio Pinheiro. Parte do valor recebido pela indenização, seria utilizada para a quitação de dívidas fiscais da instituição.