A França foi responsável pela queda da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2006. Nesta quarta-feira, a partir das 16 horas em Munique, a equipe do meio-campista Zinedine Zidane terá pela frente outro brasileiro no confronto que vai definir o segundo finalista da competição. É a chance de Luiz Felipe Scolari, técnico de Portugal, vingar o Brasil.
O encontro entre as duas seleções marca uma diferença clara de estilos. A seleção portuguesa tem o seu sucesso baseado em um trabalho aglutinador de seu treinador. Já a França joga em função da inspiração de seu camisa dez, Zidane, responsável por uma aula de futebol para o Brasil.
Perspicaz, Felipão deixa claro que considera a partida contra a França mais difícil que uma final. “Os franceses são os que estão melhores preparados. Estamos vendo seus pontos fortes e vamos tentar jogar tudo o que sabemos. Mas posso garantir que teremos muito cuidado neste jogo”, destaca.
Do lado dos Bleus, também existe um grande respeito por Portugal e principalmente ao talento de Scolari para jogos decisivos. “Somos favoritos?”, questiona o treinador francês Raymond Domenech. “No momento, o atual campeão do mundo é o Scolari. Essa história de favoritismo é coisa da imprensa. Somos duas equipes que se conhecem e não existe alguém com maior chance de vencer”, completa.
Fotos: Reuters
Felipão armou Portugal à sua feição. Mas na França, Domenech é um mero espectador.
Mas o principal objetivo de Felipão é renovar a ambição de sua equipe, que conseguiu igualar o feito da geração de Eusébio de ficar entre os quatro melhores do mundo. Até os jogadores mais badalados, como o meio-campista Figo, estrela da Internazionale de Milão, estão maravilhados por participar das semifinais de uma Copa do Mundo. “Estamos sonhando acordados. Imagine se ganharmos a taça então. Aí vamos arrebentar com tudo”, comenta. “Estou muito orgulhoso de fazer parte dessa equipe. Queria estar em meu país para comemorar com todos”, finaliza Figo.
Do lado francês, Zidane é a grande referência, embora esteja fazendo os últimos dois jogos de sua carreira. Por isso, os jogadores falam em presentear o craque neste Mundial. “Vamos jogar essa semifinal por ele. Queremos que termine a carreira com o título da segunda Copa do Mundo”, destaca o jovem Ribéry.
Em Portugal, Zidane também é uma unanimidade. “É uma pena que esse tipo de jogador como o Zidane e o Figo fiquem velhos. Gostaríamos de vê-los jogando por mais sete, oito anos. A bola não chora nos pés deles, ao contrário do que acontecia comigo na época de jogador”, brinca o ex-zagueiro Felipão. “Ele continua sendo o melhor do mundo. Trata a bola como ninguém. Só espero que não apareça contra Portugal”, diz o lateral-direito Miguel.
Com a rotineira tranqüilidade e elegância que marcou a sua carreira, o experiente Zizou sabe que a vitória contra o Brasil foi importante, mas não decidiu nada em relação à Copa. Por isso, a França deve seguir concentrada para enfrentar Portugal. “Não queremos parar por aí. Vamos seguir lutando em busca do título”, avisa o craque.
Em relação ao lado físico, a França pode levar uma vantagem. Afinal, Portugal vem de uma prorrogação contra a Inglaterra e um jogo com quatro expulsões diante da Holanda. Durante a preparação da semifinal, jogadores importantes como Figo, Cristiano Ronaldo e Miguel reclamaram de dores musculares. Por outro lado, Felipão comemora a volta de atletas importantes, como os meio-campistas Costinha e Deco. Já os Bleus estarão com força máxima em campo