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Palmeirense que empurrou juiz na Libertadores pega 180 dias de gancho

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O advogado do Palmeiras, André Sica, usou até estudos biomecânicos para tentar provar que não houve agressão ao árbitro Guilherme Ceretta de Lima, na segunda final do Campeonato Paulista, mas não evitou que Dudu deixasse o Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) com os olhos marejados. Por unanimidade, o atacante foi suspenso por 180 dias e um jogo, a ser cumprido apenas no próximo Estadual.

Os responsáveis pelo julgamento deixaram claro que a punição é uma prova de que “não se toca no árbitro”. Mesmo com Sica provando que o empurrão, termo usado pelo próprio advogado para definir a ação, de Dudu em Ceretta foi de 3,5 km/h, enquanto qualquer agressão precisa ser superior a 9 km/h. Em vão, o advogado exibiu imagens de agressões incontestáveis, como de Pepe, do Real Madrid.

Dudu deu seu depoimento, respondendo a todas as perguntas. “O meu objetivo era empurrá-lo para chamar a atenção dele e falar que não merecia o cartão vermelho, nem eu nem o jogador do Santos fizemos nada. Foi para chamar atenção dele e explicar. Nunca tive essa intenção, fui chamar atenção, falar que não merecia o cartão vermelho”, explicou o próprio jogador.

Sica lembrou que, no julgamento anterior, um jogador do Nacional foi punido por 180 dias em confusão que teve até dirigente da Federação Paulista de Futebol (FPF) esganado na Série A-3 do Paulista. O advogado ainda fez apelos emocionais, citando o peso da badalação da contratação nas costas de Dudu diante de um árbitro que preferiu lhe mostrar vermelho em vez de conversar.

O menino perdeu o controle, sim. Foi em direção ao árbitro e o empurrou, sim. Houve o encontrão, a trombada. Não tive o cuidado de fazer a leitura labial ou perguntar ao atleta o que ele disse. Vimos que ele xingou também. Assim como vimos que o menino saiu chorando, pensando: ‘poxa, que besteira que eu fiz, deixei meu time na mão’”, relatou Sica.

Apesar de tanto esforço, Dudu só foi absolvido no o artigo 243-F do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que cita ofensa à honra do árbitro – Ceretta relatou que Dudu lhe disse “Você é um safado, sem vergonha. Veio aqui roubar a gente, seu filho da p…, mau caráter, ladrão” – porque a pena maior seria aplicada pelo empurrão: pena mínima de 180 dias pelo artigo 250, que fala em agressão à arbitragem. Além de um jogo por “prática de ato desleal”.

Demais julgamentos – O atacante Geuvânio, do Santos, foi suspenso por um jogo, dentro da pena automática por ter recebido o cartão vermelho. O mesmo ocorreu com Victor Ramos, expulso após receber o segundo amarelo, no segundo tempo, ao atingir o pé na altura do peito de Valencia, volante do Santos. As duas decisões foram por unanimidade.

Também sem contestações entre quem votou, o Palmeiras foi multado em R$ 48 mil pelos 14 minutos de atraso no começo da segunda partida da final do Campeonato Paulista de 2013.

 

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