O Palmeiras superou gol contra de Charles no primeiro tempo para derrotar o Paraná por 2 a 1, na tarde deste sábado, em partida que pode ter sido a última de Wesley, alvo do Atlético-MG. O meio-campista, aliás, foi quem garantiu a virada do líder da Série B do Campeonato Brasileiro no Pacaembu, depois de Juninho ter empatado, já na etapa final.
Além de ampliar para nove a sequência de partidas sem derrota (agora com oito vitórias e um empate), o time treinado por Gilson Kleina se sustenta na primeira colocação da competição, com 34 pontos ganhos. O próximo compromisso será na terça-feira, diante do Joinville, fora de casa. No mesmo dia, o Paraná (23 pontos) recebe o Boa Esporte.
Neste sábado, o Palmeiras quis logo vazar a melhor defesa da competição e partiu para cima. Wesley, um dos três volantes da equipe, apresentava-se bastante ao jogo e distribuía bem a bola ao ataque, enquanto Valdivia era bem vigiado. Quando a bola chegava a Alan Kardec, confiante pelos quatro gols marcados nas últimas cinco partidas, o atacante dava trabalho à defesa paranista com apoio principalmente de Juninho, pelo lado esquerdo.
Mas foram os visitantes quem primeiramente assustaram para valer. Rubinho, o armador do time treinado por Dado Cavalcanti, cobrou falta que exigiu muito reflexo de Fernando Prass. Em seguida, o camisa 7 enfiou ótima bola para Léo ganhar de Luis Felipe e sair sozinho na grande área. Para sorte do goleiro palmeirense, o árbitro entendeu que o atacante havia cometido falta no lateral direito e paralisou o lance.
A mesma sorte, Prass não teve aos 17 minutos, quando o Paraná abriu o placar após cobrança de falta pelo lado do campo. O zagueiro Anderson fez um leve desvio, e Charles cabeceou para a própria meta. Sem contar com o desvio do volante, que voltava a ser titular do Palmeiras depois de cumprir suspensão, o goleiro nem se mexeu em cima da linha.
O gol contra deixou o Paraná ainda mais fechado. Jogando atrás da linha da bola, a equipe tricolor por pouco não ampliou a vantagem três minutos depois de ter balançado a rede. Em rápido contragolpe após escanteio, seis jogadores atacaram três defensores palmeirenses. A jogada só não resultou no segundo gol porque Reinaldo errou cruzamento para o meio da área, levantando a bola nos pés de Juninho.
Passado o susto, o Palmeiras se organizou melhor e aumentou a pressão ofensiva em busca do empate. Pouco produtivo até então, Valdivia chegou a balançar a rede aos 34 minutos, mas depois de a assistente já ter apontado impedimento. Pendurado e desfalque certo na próxima rodada por ter sido convocado para a seleção chilena, o meia queria o cartão amarelo, porém não teve o desejo atendido pelo árbitro.
O chileno ainda acertou um chute perigoso, à direita do gol, mas foi com seus dois atacantes que o Palmeiras mais se aproximou do empate. Leandro completou de primeira um cruzamento vindo da direita e parou nas mãos de Luis Carlos. Depois, foi a vez de Alan Kardec ganhar do goleiro pelo alto, mas cabecear por cima do travessão e manter o time em desvantagem no intervalo.
A única mudança de Kleina para o segundo tempo foi a entrada de Mendieta no lugar de Charles, autor do gol contra. Logo no primeiro minuto, o paraguaio participou de boa jogada que chegou a Leandro. O atacante fintou um primeiro marcador na meia-lua, mas, de frente par ao gol, chutou nas costas de outro zagueiro.
Treze minutos mais tarde, Valdivia lançou Luis Felipe em profundidade, por trás do adversário. O ambidestro lateral direito disparou em velocidade, clareou o lance com drible no bico da área e chutou rasteiro, de perna esquerda. Luis Carlos deu rebote, e Juninho, que chegava na segunda trave, completou para a rede, igualando o marcador no Pacaembu.
Contagiado pela festa na arquibancada, virada passou a ser questão de tempo. E ela veio aos 26, seis minutos depois de Luis Carlos salvar arremate de Alan Kardec à queima-roupa. Wesley aproveitou rebote do goleiro paranista, deixou um zagueiro no chão e estufou a rede. Na comemoração, fez questão de saudar a torcida de perto, tendo em conta que este pode ter sido seu último jogo com a camisa alviverde.
Não houve mais gol, mas o público de pouco mais de 29 mil pagantes ainda teve motivo para festejar antes do apito final. Substituído pelo volante Eguren, Valdivia atrasou o máximo que pôde sua saída de gramado, a fim de receber o tão pretendido cartão amarelo. E conseguiu. O atacante Alan Kardec, porém, estava pendurado, também foi advertido e desfalca o time na terça-feira.