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Palmeiras perde no Peru mas avança como líder na Libertadores

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A raça e disposição que marcou o Palmeiras que venceu seus últimos cinco jogos não apareceram no Peru. Por isso, o time perdeu do já eliminado Sporting Cristal por 1 a 0 e vai às oitavas de final. Mas um gol nos acréscimos do Libertad, que perdeu por 5 a 3 para o Tigre em Assunção, garantiu a classificação dos brasileiros como líder do grupo 2 da Libertadores.

Os paraguaios foram eliminados, mas diminuíram sua derrota e fizeram o Verdão ficar à frente da equipe argentina no saldo de gols (0 contra -1), já que tanto Tigre quanto Palmeiras encerraram a fase com nove pontos.

Em seu trabalho, o Verdão deu espaço para o time da casa atacar como quisesse e levou um golaço de Ávila aos três minutos do segundo tempo. Quando teve raça, faltou qualidade e inteligência para a equipe de Gilson Kleina somar algum ponto como visitante nesta fase da competição. E a despedida desta etapa foi com derrota, mas a decisão de vaga nas quartas de final será no Pacaembu, como todos no clube queriam.

Antes da Libertadores, o Palmeiras ainda encerra sua participação na primeira fase do Paulista visitando o Ituano, em Itu, em jogo marcado para as 16 horas (de Brasília) no domingo. No Estadual, o clube já está classificado e briga para ficar entre os quatro primeiros colocados e jogar como mandante nas quartas de final.

O jogo – Nos vestiários, pouco antes do apito inicial, Gilson Kleina foi obrigado a tirar Ronny, que estava com amigdalite, e apostar em Emerson, jogador de 21 anos formado nas categorias de base do clube, mas que tinha feito sua primeira partida entre os profissionais do clube há duas semanas. Era mais uma novidade além de Vilson e Caio, que entraram nos lugares de Henrique e Vinicius, poupados por estarem pendurados – a equipe também não contou com Wesley, suspenso.

Apesar das mudanças, a disposição tática era a mesma, com três ou quatro meias para levar a bola ao único atacante, que era Caio nesta noite. Mas parecia que o time nunca tinha jogado junto. Não foi nenhum jogador, mas o principal destaque no Palmeiras que fez falta no Peru: a disposição.

O Verdão foi humilde ao se posicionar muitas vezes com quase todos os seus jogadores atrás da linha do meio-campo, mas não corria como nas cinco vitórias seguidas até esta quinta-feira. Os comandados de Gilson Kleina se limitavam e aceitavam a condição de espectadores do toque de bola do Sporting Cristal.

Conhecidamente a força do time peruano na armação, Lobatón tinha todo o espaço entre as duas intermediárias para dar quantos toques quisesse na bola até encontrar alguém desmarcado. E quase sempre encontrou Ávila, atacante que caía pelas duas pontas e só não conseguia levar a bola ao centroavante Rengifo porque ao menos os defensores brasileiros estavam acordados e impediam os cruzamentos.

Mas, de fora da área, Márcio Araújo nem era visto. Assim, a equipe anfitriã foi dando trabalho para Fernando Prass em arremates de Lobatón. O Palmeiras ainda quase sofreu gol contra de Caio, em desvio de cabeça após cobrança de falta, e seu goleiro ainda fez milagre defendendo com o pé um chute à queima-roupa de Ávila.

Quando o Sporting Cristal diminuiu seu ritmo, o Verdão parecia não querer aproveitar o espaço – Kleina cansou de esbravejar, em vão, para Charles, Souza e Juninho se movimentarem para buscar a bola. Na área, a equipe teve um chute bisonho de Souza pela lateral e outro sem ângulo de Ayrton, por cima do travessão. A movimentação não se acertava mesmo sem marcação firme do Sporting Cristal.

Emerson mostrava porque tem poucas chances e deve ser cortado da lista para a entrada de algum reforço nas oitavas de final. O atacante, posicionado aberto pela direita no 4-5-1 de Kleina, corria errado, perdia passes no meio-campo e, quando aparecia no ataque, ou estava impedido ou demorava a finalizar, consagrando Valverde, zagueiro do Sporting Cristal que sempre o antecipava.

Aos 42 minutos, enfim, uma jogada de Ávila encontrou Rengifo, que girou com total liberdade perto da marca do pênalti e desperdiçou chance clara chutando por cima do travessão. A esperança era de que a jogada, finalmente, acordasse o Palmeiras na partida. O que não aconteceu.

Para aproveitar o espaço dado pelo adversário, o técnico Roberto Mosquera trocou o inútil Ross por Chiroque. E foi premiado rapidamente. Logo aos três minutos, Ávila teve a liberdade a que se acostumou no primeiro tempo, mas para avançar até a meia-lua e com tempo para ajeitar um chute com precisão no ângulo direito de Fernando Prass.

Mesmo depois de ter sofrido o gol, o time de Kleina precisou de alguns minutos para acordar. Então, apareceu a vontade, e também a falta de qualidade do Verdão. Na raça, não conseguiu superar o Sporting Cristal, que tirava a bola de seu campo de defesa até com facilidade. A mudança era a restrição dos espaços no campo de defesa dos brasileiros.

Na busca por ao menos um ponto no Peru, Kleina resolveu renovar sua força ofensiva com Maikon Leite e Tiago Real, recuando também Juninho para a lateral esquerda. Conseguiu uma oportunidade clara desperdiçada por Maikon Leite na pequena área, aos 33 minutos do segundo tempo, além de cruzamentos sem perigo para a área. Muito pouco para quem queria ser líder de sua chave na Libertadores, mas o Libertad salvou a noite palmeirense.

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