O Palmeiras dependia apenas de si para terminar a 32ª rodada do Campeonato Brasileiro em quarto lugar. Mas, diante de mais de 19 mil pagantes neste sábado no Pacaembu, o time conseguiu ser o primeiro da competição a perder como mandante para o Sport, que aplicou 2 a 0 diante de um Verdão cheio de reservas – e com futebol escasso o suficiente para a torcida vaiar e gritar que chegar à final da Copa do Brasil virou “obrigação”. Os palmeirenses ainda cantaram “é o fim do mundo, ingresso caro para um time vagabundo”.
Entre as opções que devem ser titulares na quarta-feira, contra o Fluminense, pela Copa do Brasil, Marcelo Oliveira escalou apenas o goleiro Fernando Prass, o zagueiro Vitor Hugo e o lateral esquerdo Egídio. Mas nenhum deles conseguiu ser capaz de corrigir uma equipe incapaz de criar chances no ataque.
O Sport, por sua vez, veio para se defender e buscar alguma oportunidade no contra-ataque. Aproveitou as duas que teve. Aos 15 minutos do primeiro tempo, Marlon não teve nenhum incômodo para acertar um belo chute nas redes de Fernando Prass. Aos 12 do segundo tempo, João Pedro derrubou Diego Souza na grande área e André converteu o pênalti para definir o marcador que faz o time pernambucano passar o Palmeiras e ficar a um ponto do G4.
Fora do Palestra Itália por conta dos shows do Muse, neste sábado, e de Ariana Grande, no domingo, o Verdão volta à sua casa às 22 horas (de Brasília) de quarta-feira para enfrentar o Fluminense, pela semifinal da Copa do Brasil. O time de Marcelo Oliveira precisa vencer por 1 a 0 ou por, ao menos, dois gols de diferença. Placares que a torcida gritou que “não é mais que obrigação” após a frustração deste sábado.
O jogo – Após tanto reclamar publicamente de Andrei Girotto, Marcelo Oliveira, enfim, abriu mão do volante. Decidiu apostar em Matheus Sales, de 20 anos, e ganhou na saída de bola com o voluntarioso meio-campista, mas não conseguiu encontrar criatividade para ter chances de abrir o placar.
Tanto o reserva João Pedro quanto o titular Egídio foram incapazes de se tornarem opções na frente. Da mesma forma, Mouche, Allione e Rafael Marques não mostravam entender posicionamento ou troca de passes, enquanto Cristaldo não tinha nem tamanho para ser o pivô de um time que não se conhecia.
O Sport, sonhando com o G4, se defendia, esperando a oportunidade de ir à frente. Aos 12, Diego Souza parou em boa defesa de Fernando Prass. Aos 15, Marlon recebeu de André e não teve nenhum incômodo para acertar o ângulo do goleiro do Verdão. O placar foi aberto, e era o que faltava para a torcida perder a paciência.
Sem ser incomodado, o Palmeiras não conseguiu acertar quase nada. Uma cabeçada de Rafael Marques, após cruzamento de Egídio, até parou em boa defesa de Danilo Fernandes, aos 18 minutos do primeiro tempo, mas foi uma exceção. O Verdão errava passes demais e era interrompido pelo próprio nervosismo, frustrando quem enfrentou frio no Pacaembu.
No intervalo, Marcelo Oliveira recebeu aplausos ao trocar Matheus Sales e Allione por Zé Roberto e Dudu. Mas, assim que a bola rolou, voltou a ser xingado. Fora um chute de Dudu que passou perto do gol, aos dez minutos, o Palmeiras não conseguia nem ter paciência para se aproveitar da postura defensiva do adversário.
O Sport, por sua vez, tinha o próprio Verdão como atalho. Assim, Diego Souza entrou na área driblando, aos 12 minutos do segundo tempo, até ser derrubado por João Pedro. Pênalti, que André converteu para definir a partida. Marcelo Oliveira até trocou Mouche por Gabriel Jesus, mas nada adiantava para os anfitriões no Pacaembu nesta noite.
Sob os gritos de “não é mole, não, quarta-feira já virou obrigação”, entre alguns xingamentos direcionados principalmente a Marcelo Oliveira, o Verdão continuou tentando acertar, em vão, até terminar o jogo sob vaias. Sem conseguir fazer sua parte para entrar no G4, o time não tem mais a “permissão” de frustrar seu torcedor diante do Fluminense, no meio da semana.