A delegação do Palmeiras estava no ônibus, na rodovia Dutra, quando o rebaixamento foi matematicamente sacramentado. A queda já estava praticamente selada, mas o fim da 36ª rodada do Campeonato Brasileiro marcou o início de um novo período, repleto de incertezas.
Quedas em times grandes são naturalmente seguidas de reformulações, multiplicadas quando está em curso um processo eleitoral. A primeira das dúvidas para 2013 está justamente em quem será o comandante do clube, já que há eleições presidenciais marcadas para janeiro.
Arnaldo Tirone sinalizou que concorrerá a um novo mandato, mas é inegável que a degola abala consideravelmente suas pretensões. Décio Perin, Paulo Nobre e Wlademir Pescarmona são alguns dos nomes que aparecem entre os presidenciáveis no sempre agitado ambiente político alviverde.
Seja quem for o escolhido pelos conselheiros daqui a dois meses, a comissão técnica tem boa chance de mudar. Gilson Kleina aceitou o desafio de tentar salvar o Verdão e agradou Tirone com seu trabalho, mas fracassou, o que provavelmente encerrará a sua passagem.
No elenco, garotos que mostraram personalidade na reta final, como João Denoni, estão valorizados. Mas as mudanças prometem ser numerosas e incluir até nomes como Valdivia, queimado após mais um ano de seguidos problemas físicos e raros momentos de bom futebol.
Na hora da dura, o chileno não estava em campo, algo notado por Barcos. Atleta com maior prestígio no Palmeiras no momento, o argentino elogiou “quem colocou a cara a tapa” e prometeu na internet: “2013 é nosso”. Mas nem ele sabe se ficará.
“Ainda não sei se fico. Falta muito, depende do presidente”, comentou o centroavante. “Não posso falar que vou ficar. Aí, amanhã, o clube me vende. Vou ficar de mentiroso?”, acrescentou.