O contrato válido até dezembro estava quase pronto, o Palmeiras chegou a pagar uma taxa de liberação à Federação Mineira de Futebol e Ronaldinho Gaúcho já se preparava para viajar do Rio de Janeiro a São Paulo, onde seria apresentado à torcida justamente antes do jogo contra seu ex-clube, o Atlético-MG, no Pacaembu, na noite de quarta-feira. Mas o acordo, antes apalavrado, melou na tarde desta terça.
O LANCE!Net apurou que as partes concordaram em relação ao salário, que ficaria em torno de R$ 300 mil fixos. O que faria o valor chegar ao patamar desejado por Ronaldinho eram premiações por metas alcançadas. Houve uma falha de comunicação: o estafe do R10 acreditava que o Palmeiras havia topado pagar um bônus em caso de conquista do Brasileiro (o clube está na 16ª posição) ou da Copa do Brasil (está nas oitavas de final), quando na verdade a premiação que o clube topou pagar era só por vaga na Libertadores.
O estafe do jogador culpa a relutância de Paulo Nobre. A queixa é de que o presidente "deu para trás" nesta terça-feira, impôs dificuldades desnecessárias e prejudicou o que o vice-presidente Maurício Precivalle havia deixado acordado. O diretor-executivo José Carlos Brunoro e o gerente de futebol Omar Feitosa ficaram fora das conversas a pedido dos empresários de Ronaldinho.
Já o clube encerrou as conversas reclamando que Assis, irmão e empresário de R10, fez exigências exageradas. Antes da festa do centenário, no Citibank Hall, os dirigentes se posicionaram dizendo que não sabiam o motivo do desacerto:
– É uma negociação complexa e longa. Muitas solicitações, atendemos praticamente tudo. Hoje de manhã estava fechado. À tarde, recebemos a informação de que o Assis se estressou e cancelou o negócio, disse que não faria mais. Tiveram vários pedidos de última hora também. Atendemos tudo da parte financeira, não ficou pendência – disse o vice-presidente Maurício Precivalle, que estava à frente da negociação.
– Eu considerava a negociação como fechada. O estafe dele deve ter seus motivos, não sei o motivo. As pessoas sabem bem como é difícil negociar, não com Ronaldinho, mas com o estafe dele, que defende seus interesses – disse Nobre, que já havia negociado com o jogador em dezembro.
As conversas começaram há cerca de duas semanas, quando Ronaldinho foi oferecido ao Verdão. Antes da premiação, a ideia era compor o salário com renda de jogos. Isso logo foi descartado porque não havia um consenso sobre os valores exatos de renda bruta e líquida.