No dia seguinte à “conversa produtiva” da organizada Mancha Alviverde na Academia de Futebol, considerada uma invasão pela diretoria, o Palmeiras se complicou ainda mais. Ao som de “olé” para o Água Santa nos minutos finais da partida deste domingo, em Presidente Prudente, o time acumulou sua quarta derrota consecutiva, todas com Cuca, e agora com vexame: perdeu por 4 a 1 para uma equipe que não vencia há seis jogos.
O clube de Diadema nem tem a lamentar a venda do mando de campo. O time soube se aproveitar de Lucas e Edu Dracena, balançando as redes com Gustavo, aos 34, Everaldo, aos 44, e Bruninho, aos 48 minutos do primeiro tempo, e ainda contou com gol contra de Roger Carvalho, aos 22 minutos do segundo tempo. O Verdão só deixou o seu com Robinho convertendo pênalti contestável, aos 43 da etapa inicial.
O time “sem vergonha” e “medíocre”, como cantaram de novo alguns palmeirenses neste domingo – um deles até invadiu o campo antes do intervalo –, não está entre os dois primeiros colocados de seu grupo no Campeonato Paulista, estacionado nos 15 pontos, a três da zona de rebaixamento. Volta a entrar em campo às 20h30 (de Brasília) de quinta-feira, contra o Rio Claro, no Pacaembu. Já o Água Santa, que estreou o técnico Márcio Bittencourt nesta tarde, atinge 15 pontos e sai da faixa de descenso.
O jogo – Cuca resolveu proteger mais sua defesa e ter dinâmica ao ocupar o campo adversário. Por isso, colocou Thiago Santos na cabeça de área, dando liberdade aos laterais e, principalmente, a Arouca. Robinho estava incumbido de armar a equipe, com Allione pela esquerda e Erik solto para se aproximar de Rafael Marques.
Com essa disposição, o time jogou, realmente, no campo do Água Santa. Mas parava em suas falhas técnicas. Mesmo quando Robinho acertou a trave em chute da meia-lua, com um minuto de jogo, tinha colegas com mais condições de finalizar. O time não soube aproveitar sua presença no setor ofensivo, e deu ânimo à equipe de Diadema.
O Água Santa foi subindo, e descobriu Lucas e Edu Dracena. O lateral e o zagueiro estavam posicionados pela direita, e eram o caminho para os mandantes em Presidente Prudente voltar a vencer. Aos 34 minutos, Dracena não conseguiu evitar escanteio e, na cobrança, foi incapaz de marcar Gustavo, que testou nas redes de Fernando Prass.
Desesperado, o Verdão se lançou à frente e seguia parando em Robinho, que não conseguiu concluir boa jogada de Erik pela esquerda, aos 39. Até que, dois minutos depois, o árbitro enxergou pênalti de Gustavo em Edu Dracena em lance tão confuso que o zagueiro Russo acabou levando cartão. Robinho pediu a bola e converteu, comemorando como se “limpasse a zica”. Mal sabia o que estava por vir.
O Palmeiras empatou aos 43, e levou outro gol aos 44. Novamente aproveitando-se de Dracena e Lucas. Dracena deixou a área na tentativa de cortar tabela, não conseguiu e, Lucas foi incapaz de acompanhar a arrancada de Everaldo, que ainda tirou de Fernando Prass antes de balançar as redes.
Enquanto o Verdão tentava assimilar ficar atrás do placar de novo, a situação piorava. Aos 47 minutos, Prass espalmou chute de Bruninho para a trave. No minuto seguinte, o atacante não desperdiçou, aproveitando lançamento de Pedro para driblar o goleiro e fazer 3 a 1. Antes do apito final, um torcedor palmeirense invadiu o campo, beijou sua camisa e pediu raça aos jogadores.
A resposta de Cuca foi sacando Lucas, ainda sem nenhuma atuação satisfatória no ano, e o volante Thiago Santos. João Pedro assumiu a lateral direita, com o meia Régis entrando para dar mais criatividade ao meio-campo. “O time pode e deve empatar e virar o jogo”, avisou Cuca, na volta do intervalo.
O problema é que a deficiência técnica continuava. Aos dois minutos, Robinho, sempre ele, acertou a zaga quando tinha o gol à sua frente. Cuca, então, resolveu tirar seu jogador mais ativo, trocando o atacante Erik pelo veterano Zé Roberto. Na prática, matou as ações ofensivas de sua equipe.
A conclusão de tantos erros virou goleada. Aos 22 minutos, após cobrança de escanteio do Água Santa, Roger Carvalho cabeceou contra as redes de Fernando Prass. A partir daí, apenas uma pressão em vão de quem veste verde e, pelo que vem sendo mostrado, não deveria. Não à toa, o Água Santa tocou a bola nos minutos finais ouvindo “olé”. E Francisco Alex ainda acertou a trave, aos 40 minutos.