Kleber e Ronaldinho Gaúcho estiveram em campo, mas nenhum dos dois astros foi suficiente para Palmeiras ou Flamengo balançarem as redes do Pacaembu. O empate por 0 a 0 vale um ponto para cada, mas ambos podem lamentar por não terem somado outros dois e verem a primeira colocação do Campeonato Brasileiro ainda mais longe.
A igualdade desta quarta-feira acaba com os 100% de aproveitamento como mandante do Verdão, estacionado em quarto lugar com 19 pontos. Já o Flamengo se mantém invicto, mas fica em terceiro, com 20 pontos. Números frustrantes para os dois, que vêem o Corinthians disparar na liderança com 28 pontos.
Os cariocas até começaram bem o confronto, mas o domínio durou 20 minutos. O restante da partida teve supremacia alviverde, mas uma superioridade insuficiente para marcar gols. O time de Luiz Felipe Scolari terá a oportunidade de voltar a vencer no domingo, contra o Fluminense, às 16 horas (de Brasília) no Rio de Janeiro. Um dia antes, às 21 horas, a equipe de Vanderlei Luxemburgo receberá o Ceará.
O jogo – Enfim escalado no Palmeiras, Kleber viu de longe, com um minuto de partida, Marcos Assunção derrubar Willians, que partia pela direita. Parecia o prenúncio da tentativa alviverde em segurar o Flamengo, o que não adiantou. Embora mandante no Pacaembu e com seu astro de volta, o Verdão parecia atuar no Rio de Janeiro.
Por 20 minutos, a mobilidade ordenada por Vanderlei Luxemburgo imperou. Para ganhar campo, o time rubro-negro passou a forçar pela direita, deixando Gabriel Silva e quem o ajudasse confusos na missão de segurar a alternância entre Leonardo Moura, Willians e Thiago Neves. Os anfitriões até tentavam puxar contra-ataques, com Cicinho, mas eram anulados.
Ciente da importância do camisa 2 palmeirense, Luxembugo quase não deixou Junior Cesar subir, transformando o lateral em terceiro zagueiro sem a bola. E nem era necessário que ele atacasse mesmo. Se já tinha dominado pela direita, o clube carioca passou a atuar totalmente no campo adversário com Ronaldinho Gaúcho aberto pela esquerda, sem avançar muito, apenas atraindo a marcação no meio-campo.
O camisa 10, com a bola nos pés, podia enxergar Thiago Neves enganando a marcação trocando a posição de centroavante com Deivid, alternância que ainda deixava Leonardo Moura livre como um quarto atacante pela direita. Para impedir que Marcos Assunção organizasse a saída de bola, Airton e Renato Abreu avançavam para desarmar.
Quando Thiago Neves, aos 18 minutos, achou espaço em jogada individual e forçou Marcos a fazer grande defesa, o Verdão entendeu que deveria agir. E toda a alternância tática armada por Luxemburgo se desfez com estratégias simples: lançamentos diretos para Kleber e cavar faltas para Assunção bater.
Depois de 20 minutos no sufoco, o Palmeiras tirou o rival de seu campo e passou a dominar a partida diante de rubro-negros que pareceram desistir do que vinha dando certo. O estilo de Felipão se encaixou, com as subidas de Márcio Araújo e o toque de bola de Assunção ordenando as subidas dos laterais e achando espaço para Maikon Leite correr.
Assim, os anfitriões assustaram principalmente na bola parada de Assunção, que chegou até a quase fazer um gol olímpico. Quando os flamenguistas tentavam sair de seu campo, mesmo no contra-ataque, erravam passes fáceis e armavam as jogadas dos adversários, que se aproveitavam dos vacilos para encontrar o sempre veloz Maikon Leite.
A superioridade alviverde, porém, durou também somente 20 minutos. O primeiro momento de equilíbrio do confronto foi estabelecido por uma sequência de erros de passes na parte final do primeiro tempo, além de oportunidades claras desperdiçadas por Maikon Leite e Kleber dentro da área.
Na volta do intervalo, o anfitrião se impôs totalmente em campo. Patrik ficou adiantado para segurar a saída dos volantes flamenguistas e manter a bola nos pés palmeirenses. Desta maneira, Luan passou a ter mais oportunidades de aparecer para jogar e Maikon Leite, correndo de um lado a outro, aproveitava o espaço que aparecia diante da preocupação dos flamenguistas com o Gladiador.
Sem nenhuma alternativa além de preencherem seu campo defensivo, aos cariocas restava dar chutão para desafogar o jogo com o único atleta vestido de rubro-negro sem obrigação nenhuma de marcar. Mas Ronaldinho Gaúcho pouco acertava, errando até quando estava impedido e o lance parado – o astro quis fazer graça ao tentar encobrir Marcos, que defendeu e deixou o Pacaembu em êxtase.
A festa pela eficiência de seu ídolo diante de uma estrela que fez leilão com o Verdão no início do ano, entretanto, foi o único momento de grande celebração da maior parte da torcida no estádio. Mesmo amplamente superior e com Marcos salvando gol de Ronaldinho em cobrança de falta, o Palmeiras não conseguia aproximar-se da área do goleiro Felipe para finalizar com eficiência. Ter 90 minutos para balançar as redes foi pouco para as duas equipes.