Palmeiras e Flamengo estão realmente se distanciando cada vez mais de seus concorrentes quando o assunto são as finanças. Nesta terça-feira o Itaú BBA apresentou a análise econômico-financeira dos clubes brasileiros, e a dupla que mais anda contratando nos últimos tempos está em alta. Mais de 1/3 da geração de caixa total dos clubes brasileiros em 2016 pertence à dupla, fato que explica a força de ambos na briga por atletas no mercado e em outros investimentos.
Vale lembrar que algumas das fontes de receita dos clubes foram excluídas na realização do balanço pelo fato de nem sempre constarem na lista de faturamento anual, como venda de atletas e luvas de TV. Buscando uma análise mais coesa, os especialistas se pautaram em fontes de receita que entram no caixa dos clubes de forma mais regular: direitos de transmissão, publicidade e bilheteria.
Cesar Grafietti, superintendente de crédito do Itaú BBA, apresentou o estudo nesta terça-feira (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)
Embora o Flamengo realmente seja o clube que mais fatura com direitos de transmissão, não há um domínio verdadeiro do clube carioca sobre seus rivais neste quesito, uma vez que a diferença dos direitos de TV do Rubro-Negro para os rivais considerados de menor expressão é de apenas 4 pontos percentuais.
Em contrapartida, o faturamento que o Flamengo possui com patrocínios é muito superior à média dos demais clubes, com exceção a Palmeiras e Corinthians, outras duas agremiações com forte poder de atrair empresas. Embora o trio tenha abocanhado a maior parte das receitas de patrocínio, o mercado publicitário futebolístico ainda precisa evoluir, já que apenas 0,43% de todo o recurso de publicidade no Brasil se concentra nos clubes.
Na relação publicidade x torcedor, quem leva vantagem é o Palmeiras. O clube recebe um valor por torcedor de R$9,08, enquanto Corinthians e Flamengo recebem R$ 2,62 e R$2,04, respectivamente, números muito aquém da expectativa para ambos levando em conta que são os clubes de maior torcida do país.
A bilheteria é outro fator que ajuda Flamengo e Palmeiras a se distanciarem dos rivais. Ao contrário do Corinthians, que tem um estádio drenando recursos do clube, o Verdão lucra, e muito, com a nova arena, principalmente usando o programa de sócio torcedor Avanti. Com um time competitivo e uma casa com capacidade bem mais limitada que um estádio mais antigo, o clube alviverde acaba incentivando seus seguidores a pagarem uma mensalidade para terem acesso às partidas.
Mas nem só de lucro vivem os clubes. Aproveitando a grande arrecadação recente, Palmeiras e Flamengo também têm tido grandes gastos nos últimos anos. O atual campeão brasileiro se tornou o segundo clube brasileiro que mais investe em categorias de base, atrás apenas do São Paulo, líder no segmento. Já o Flamengo, focado em sanar suas dívidas e refazer seu nome no mercado, dedica parte de suas receitas para fechar o ano no positivo. Dos principais clubes do Brasil, além do Rubro-Negro, apenas Atlético-PR, Bahia, Botafogo, Goiás e Vitória também apresentaram um fluxo de caixa livre positivo em 2016.