O maior público do Palmeiras neste Campeonato Brasileiro pôde acompanhar o time atingir a meta de perfeição em quatro jogos. Diante de 37.530 pagantes no Palestra Itália, número superior aos 37.337 da derrota para o Goiás, a equipe alcançou sua quarta vitória consecutiva impondo 3 a 0 sobre o Avaí, terminando a quarta-feira na zona de classificação para a Libertadores no Campeonato Brasileiro.
O Verdão foi obediente para marcar no campo de ataque, como manda Marcelo Oliveira, e abriu o placar aos sete minutos, em belo gol de Rafael Marques. Após se desestruturar um pouco, principalmente com a saída de Vitor Hugo no intervalo por concussão cerebral, os três pontos foram garantidos em cruzamento de Kelvin para Lucas cabecear nas redes, aos 19 do segundo tempo. Aos 43, coube ao xodó Cristaldo gerar festa nas arquibancadas.
Com 21 pontos, o Palmeiras assume a quarta colocação e só pode ser ultrapassado nesta quinta-feira, quando o Fluminense (21 pontos) enfrenta o Cruzeiro e Corinthians (20) e Atlético-PR (19) fazem confronto direto pelo G4. Se o Flu perder e não houver vencedor em Itaquera, o Verdão fica em quarto lugar e visita o Sport, às 18h30 (de Brasília) domingo, em Pernambuco, para ganhar mais posições rumo à ponta da tabela.
O Avaí vive situação praticamente oposta no Brasileiro. Não vence há mais de um mês (a última vitória foi sobre o Goiás, em 7 de junho), acumula três empates e três derrotas nas últimas seis rodadas e está a três pontos e duas posição da zona de rebaixamento. A tentativa de recuperação será às 18h30 de domingo, em casa, na Ressacada, diante da Chapecoense.
O jogo – O Palmeiras iniciou a partida se mostrando extremamente obediente às ordens de seu técnico. Seguindo à risca a filosofia de marcação no campo de ataque e troca de passes em velocidade, o time teve duas chances claras de abrir o placar com dois minutos de confronto, com Zé Roberto e Egídio. O Avaí não conseguia nem bloquear os espaços em sua intermediária.
Contudo, o gol saiu exatamente de uma jogada que Marcelo Oliveira condena: o lançamento vindo da zaga. Aos sete minutos, Vitor Hugo fez a bola atravessar o campo e Leandro Pereira cumpriu sua função de amortecê-la para Dudu, que ajeitou de calcanhar para Rafael marques encher o pé de canhota, concluindo uma bela jogada para abrir o placar.
O jogo parecia nas mãos do Verdão. Mas, com o tempo, o Avaí conseguiu se encaixar. William vencia as disputas com a zaga e Anderson Lopes se colocou entre os volantes e os defensores adversários, impondo velocidade para dar trabalho. As quatro linhas da formação palmeirense se espalharam e Zé Roberto não conseguia se movimentar como faz Robinho, vetado por edema muscular, para compactar a equipe.
Para piorar, o time cismou em apostar com lançamentos dos zagueiros, fazendo a bola sempre voltar. Erros individuais também se acumulavam e sobrava para Victor Ramos e Vitor Hugo apostarem em botes dentro da área para proteger Fernando Prass. O confronto só voltou a estar controlado quando, enfim, o Verdão voltou a obedecer a cartilha de ocupar o campo rival. Mas já sem criar tanto, até porque passaram a fechar espaços para Dudu, maior arma de ataque alviverde neste primeiro tempo.
Mas Marcelo Oliveira precisou promover a estreia do zagueiro Leandro Almeida no intervalo. No último lance do primeiro tempo, Vitor Hugo se chocou com William e sofreu uma concussão cerebral que comprometeu momentaneamente sua visão no olho direito. A falta de entrosamento do jogador recém-contratado com Victor Ramos prejudicou.
Gilson Kleina voltou com o Avaí de forma mais dinâmica, com Renan Oliveira no lugar de Claudinei, e a estratégia bagunçou a defesa de Marcelo Oliveira. Aos oito minutos, Anderson Lopes acertou o travessão de Fernando Prass e, aos 12, William cabeceou rente ao gol. Estava clara a necessidade de voltar a atacar para tirar o time catarinense do campo alviverde.
Marcelo Oliveira soube enxergar a deficiência e resolveu o jogo com uma aposta ofensiva. Trocou Zé Roberto, que pouco tocou na bola, pelo velocista Kelvin, uma alternativa além de Dudu. Assim, o segundo gol saiu. Aos 19, Dudu inverteu para Kelvin dominar na área e cruzar na cabeça de Lucas. O Verdão já podia respirar aliviado.
Com a partida nas mãos, o técnico resolveu atender à torcida e colocou Cristaldo em campo. E o xodó é implacável. Aos 43 minutos, Egídio cobrou falta na área e o argentino cabeceou nas redes, selando uma festa que só não foi maior porque o árbitro anulou gol de Kelvin, já nos acréscimos. Mas nada irritou quem vestiu verde nesta noite.