A "oposição" não deve deixar barato à reeleição de Carlos Orione a mais um mandato a frente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF). Na próxima quinta-feira, dia 17, clubes profissionais da Primeira e Segunda Divisão e ligas municipais, todos com direito a voto, tendem a dar mais quatro anos a Orione na presidência – quadriênio 2013-2017 – da entidade. Mas, dirigentes das equipes que disputam a elite do futebol estadual vão exigir que o dirigente se comprometa a deixar o cargo ao término da Copa do Mundo de 2014, em Cuiabá.
Representados pela Associação Mato-grossense de Futebol (Amafut), os clubes querem que o compromisso de afastamento de Carlos Orione conste na ata de registro de um novo mandato. Para evitar uma disputa acirrada pela presidência da federação, Orione se articulou junto aos seus principais críticos como o presidente do Luverdense, Helmute Lawisch, que chegou a ensaiar uma candidatura de oposição.
Acomodado como segundo vice-presidente na chapa única e de ‘consenso", Lawisch desistiu da ideia de concorrer pelo cargo. Na primeira vice de Orione está o empresário João Carlos Oliveira, que é considerado o ‘braço direito" do atual mandatário. Ainda consta na chapa José Francisco da Cruz, presidente do Rondonópolis Esporte Clube (REC) e o quarto vice Luiz Wellington, presidente da Liga Municipal de Barra do Garças.
Pelo estatuto da FMF, em caso de renuncia do presidente, quem assumirá o cargo será o primeiro vice e o mais velho em idade. Neste cenário, João Carlos é o mais indicado para suceder Orione. Porém, Helmute Lawisch trabalha nos bastidores para ser conduzido à presidência caso a saída do atual presidente se confirme em julho do próximo ano.
Apesar da acomodação política, dirigentes clubistas prometem cobrar no dia da eleição nos anais da federação o compromisso de Carlos Orione deixar o futuro mandato no segundo semestre de 2014. Uma eventual garantia do atual presidente da federação de afastar após o Mundial no Brasil demonstrará à disposição de deixar mesmo o cargo. "Na eleição da próxima quinta-feira o Carlos Orione terá que provar que irá mesmo se afastar da presidência da federação, colocando o compromisso na ata de sua reeleição.
Iremos cobrar essa fatura, pois assinamos a chapa de consenso confiando em sua promessa. É o momento dos clubes terem voz dentro da entidade", disse uma fonte ligada aos clubes da Primeira Divisão, que participou de toda a negociação. "Aceitamos apoiar a chapa única com o compromisso de afastamento do Orione após a Copa do Mundo", complementou a fonte, pedindo para que sua identidade seja mantida em sigilo.
Na semana passada, o presidente do Luverdense, Helmute Lawisch, afirmou que há um entendimento entre atual presidente da federação e os clubes para a Copa do Mundo de 2014. Assim que terminar o Mundial em Cuiabá, Carlos Orione terá que deixar a entidade para abrir espaço para novas pessoas. O dirigente reforça a queixa dos clubes, que reclamam de não serem ‘ouvidos" pela atual diretoria.
"Os clubes querem participar da construção do novo futebol profissional de Mato Grosso. Não podemos assistir tudo sem dar sequer uma opinião", frisou Lawisch, na semana passada. Há quatro anos, Helmute chegou a ser um dos vice-presidentes da FMF na chapa de Carlos Orione.