"O Rogério Ceni não tem toda esta influência não". A frase é do técnico Muricy Ramalho, que comandou o São Paulo de 2006 a 2009, quando o goleiro já era titular absoluto da equipe. Nesta quarta-feira, o treinador diminuiu a importância e o peso de Ceni nos bastidores. Segundo Ney Franco, que foi demitido há um mês, o arqueiro tinha o poder de "fritar" atletas de quem não gostava.
Ney citou como exemplo o meia Paulo Henrique Ganso. Segundo o ex-técnico do São Paulo, Ceni falava mal do reforço contratado junto ao Santos, criando ambiente hostil. Muricy Ramalho tem outra opinião: "Se o cara jogar muito, ninguém barra o jogador. Não existe este negócio de "vou fritar" o cara", afirmou.
Treinador do São Paulo em duas ocasiões, Muricy conhece de perto como o presidente Juvenal Juvêncio age. E garante: "Não há a menor possibilidade do Rogério Ceni interferir ou palpitar na contratação de jogadores. O Juvenal Juvêncio não dá este espaço", falou.
Ele lembra que, em muitas ocasiões, atletas são chamados pelos dirigentes ou técnicos para ajudarem a atrair possíveis reforços. "Isto pode acontecer. Eu mesmo no Santos pedi para o Neymar conversar com o Montillo para mostrar como eram as coisas por lá, que pagavam direitinho etc", explicou.
Quando o São Paulo contratou Rivaldo, em 2011, Rogério Ceni conversou com o companheiro de seleção brasileira campeã do mundo em 2002 e também com os dirigentes.