A saída do meia Paulo Henrique Ganso, que acertou a sua transferência para o São Paulo, abriu um vazio no elenco do Santos. Isto porque, para o técnico Muricy Ramalho, com a saída de Ganso, o elenco do Peixe se ressente da falta de um organizador de jogo. O treinador destacou que nenhum atleta no grupo santista atual tem características parecidas com as do meio-campista.
"O Ganso é um armador, o famoso ‘um" que organiza. Ele é um armador nato. Não temos ninguém como ele. No Brasil, não temos trocadores de bola, pensadores do time. Então, o Ganso é o único diferente nesse aspecto", disse Muricy.
As dificuldades expostas pelo comandante ficam ainda mais evidentes quando Muricy Ramalho fala sobre Felipe Anderson, que deve ocupar a partir de agora a camisa 10 santista. "O Felipe é um carregador de bola e, no nosso elenco, agora, não temos ninguém parecido com o Ganso", comentou.
Preocupado, Muricy Ramalho evitou criticar a cúpula alvinegra por conta do imbróglio, mas ressaltou a necessidade de buscar reforços para não repor somente a saída de Ganso, como também fortalecer o elenco, visando a próxima temporada.
Indagado se com o dinheiro da venda do meia, R$ 23,9 milhões, o Santos poderia buscar nomes de peso, como Kaká, Diego ou Robinho, o técnico do Santos deixou no ar que alguma possibilidade neste sentido se concretize no futuro.
"São jogadores importantes e de muito prestígio, mas tudo é possível. Quem poderia imaginar o que pagaram pelo Ganso? Tudo é possível atualmente. Hoje o futebol brasileiro está muito forte economicamente. Então, tudo é possível mesmo", analisou.
Entretanto, Muricy acredita que, se o Peixe não se planejar e pensar as suas ações no mercado, dificilmente conseguirá trazer pelo menos um reforço de peso. "Conversamos há um tempo sobre isso e falei que precisamos sair na frente com relação a isso. O Diego, por exemplo, estava perto de ser contratado, mas uma negociação de um atleta desse nível sempre demora. Agora, nós precisamos ter uma ideia e, por isso, temos que conversar antes. Estamos olhando parcerias e procurando ter uma ideia de custos, para saber se há possibilidade de trazermos algum nome", explicou.
Vale lembrar que, dos nomes citados, Kaká está na reserva do Real Madrid (Espanha) e vem sendo pouco utilizado pelo técnico merengue, o português José Mourinho. Um retorno ao futebol brasileiro é uma hipótese razoável, tendo em vista este cenário.
Diego, revelado no Santos no time campeão brasileiro de 2002, e atualmente no Wolfsburg (Alemanha), despertou interesse na última janela e pode voltar a ser procurado pelos santistas.
Já Robinho, do Milan (Itália), é um sonho de consumo dos dirigentes alvinegros e, assim como um retorno foi tentado no meio deste ano, o clube praiano deve voltar a carga pelo Rei das Pedaladas, em janeiro de 2013.