O promotor de Justiça Ezequiel Borges de Campos recomendou que o governo do Estado se negue a liberar a parte interna da Arena Pantanal para a realização de shows no aniversário de Cuiabá. Segundo o promotor, não existem condições apropriadas para o uso do gramado, o que acarretará prejuízos aos torcedores que irão participar de jogos no estádio nos dias seguintes.
Consta no documento encaminhado para o secretário adjunto de Esporte e Lazer, Jefferson Carvalho Neves, que o Estado se abstenha “de ceder, seja a que título for, a área interna da Arena Pantanal para realização de shows nos dias 6, 7 e 8 de abril de 2019 programados pela Prefeitura de Cuiabá em comemoração às festividades de 300 anos, e, caso já expedido a autorização, proceda à sua revogação”.
Entre os motivos para essa recomendação estão a “falta de conclusão integral do empreendimento”, a “dificuldade de gestão e altos custos de manutenção” e a “ausência de praça esportiva diversa para realização de partidas de futebol durante o período necessário à recuperação do gramado”.
Os argumentos foram feitos em defesa do Cuiabá Esporte Clube, que tem jogos em datas próximas ao evento, e foram baseadas no Estatuto do Torcedor. O promotor cita os danos causados em eventos anteriores em que o gramado foi utilizado para esse fim e que o Estado será “condescendente com a inevitável destruição do gramado do único estádio em condições para a prática de futebol profissional na capital”, caso autorize o uso.
E que a utilização do gramado para shows fere os “interesses dos torcedores que poderão ficar privado de diversas partidas de futebol programadas no loca”, pois “a recuperação da grama demandará considerável tempo e emprego de recursos financeiros incompatíveis com as datas já definidas pela FMF e CBF”.
