O Ministério Público de São Paulo investiga se houve uso indevido de dinheiro da Petrobras na construção do estádio do Corinthians, em Itaquera. A apuração não é propriamente sobre o clube, mas sobre as empresas envolvidas na remoção dos dutos que passavam por baixo do terreno da arena.
A informação foi divulgada inicialmente pelo jornal Valor Econômico e confirmada pelo promotor Valter Foleto Santin. A promotoria vai averiguar, em obras realizadas em São Paulo, o suposto pagamento de propina a empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef.
Palco da abertura da última Copa do Mundo, o estádio de Itaquera foi construído pela Odebrecht, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato, da Polícia Federal. Deflagrada em março do ano passado, a operação investiga um grande esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras.
Para que a arena fosse erguida, foi necessário realocar os dutos da Petrobras. Subsidiária da empresa responsável pela operação de gasodutos e oleodutos, a Transpetro informou ao Valor Econômico que o remanejamento e o custo ficaram sob responsabilidade do consórcio construtor. A Odebrecht disse que precisaria de mais informações para se manifestar.
Com custo superior a R$ 1 bilhão, o estádio foi parcialmente financiado pelo BNDES. Foram R$ 400 milhões emprestados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, em uma linha de crédito especial para a Copa do Mundo. A primeira parcela de R$ 100 milhões tem de ser paga pelo Corinthians em junho.