O Maracanã foi, neste domingo, durante a vitória da Argentina por 2 a 1 sobre a Bósnia, um termômetro do que o Rio de Janeiro está vivendo nos últimos dias. Uma verdadeira invasão de pessoas vestidas de celeste e branco, que não param de cantar um segundo sequer e sonham em ver Messi levantar a taça da Copa do Mundo neste mesmo palco no dia 13 de julho.
Apesar do início com vitória, a Argentina não venceu de forma cômoda. Mostrou velhas deficiências, principalmente na defesa, e um Messi, que apesar do gol no segundo tempo, parecia nervoso no início. O camisa 10 errou quase tudo o que tentou na primeira etapa. Sim, foi quase tudo, pois de seu pé esquerdo saiu a bola que encontrou a perna do zagueiro Kolasevic. A Bósnia entrava na história das Copas, pela estreia e pelo gol contra mais rápido do torneio em todos os tempos. Eram apenas dois minutos de jogo.
Daí em diante, o que se viu foi um domínio territorial cada vez maior da Bósnia. Com bom toque de bola, a seleção europeia passou a encurralar os argentinos. Aproveitava erros de saída de bola e levava constante perigo. Porém não foi Dzeko quem mais assustou, mas sim os habilidosos Pjanic e Lulic. Não fosse Romero, a operar um milagre em uma cabeça do próprio Lulic, e a Bósnia haveria empatado o jogo.
A Argentina não evoluía, Messi continuava errando. Suas arrancadas paravam no paredão de azul armado na entrada da área, e a única chegada argentina depois do gol foi o chute de longa distância de Mascherano, que Begovic espalmou.
Sabella percebeu que o momento era ruim e tratou de mudar o esquema 3-5-2 para o 4-4-2. Entraram Higuaín e Gago nos lugares de Maxi Rodríguez e Campagnaro. O treinador recuou Messi, e deixou Higuaín e Agüero à frente.
O craque cresceu no jogo, começou a dar suas arrancadas. E foi em uma delas, que acabou sendo o complemento de uma triangulação com seus companheiros de ataque, que Messi correu em diagonal e matou o goleiro Begovic. Caprichosa, a bola tocou na trave antes de morrer na rede. O gol que saiu no momento em que o craque era hostilizado pelo público. Uma resposta de gênio.
O que parecia tranquilo, acabou virando pesadelo com a falha de Romero. A finalização, fraca, de Ibisevic passou por baixo das pernas de Romero. Um frango clássico, que fez a Bósnia entrar outra vez no jogo aos 39 minutos.
Apito final, os argentinos transformaram o Maracanã em uma filial do Monumental de Núñez. A festa com sotaque diferente vai se espalhar pelas ruas e bares do Rio de Janeiro, e agora tem tudo para prosseguir em Belo Horizonte. Afinal, é no Mineirão que a Argentina fará o seu segundo jogo, no próximo dia 21, contra o Irã.