O meia Michel Bastos, capitão do São Paulo neste início de ano, usou uma rede social para se manifestar a respeito da greve de entrevistas dos jogadores e das críticas recebidas por ele vindas da torcida e do assessor da presidência, Rodrigo Gaspar. Chamado de “laranja podre”, “erva daninha” e apontado como líder do silêncio tricolor, o atleta, fora do duelo contra o Rio Claro, neste domingo, aproveitou para dizer que não tem nada contra Lugano, mas assegurou que o uruguaio tomou atitudes que não caíram bem no grupo.
“A questão do pacto de silêncio foi algo decidido pelo grupo, sem nenhuma liderança específica. Como capitão, achei que tinha o dever de tomar a posição que a maioria acreditava ser a certa e foi isso o que fiz”, apontou o armador, explicando quais foram os motivos de divergência entre o grupo de atletas e o recém-chegado uruguaio.
“Seguindo na linha de desmentir algumas coisas que estão sendo faladas, não tenho nenhum tipo de rivalidade pessoal com o Lugano, muito menos sou chefe de “panela” dentro do São Paulo. O que houve foi uma divergência de opiniões dele em relação ao que o grupo, não o Michel Bastos, decidiu”, continuou o jogador, que não será relacionado para a partida contra o Rio Claro.
No fim, Michel, que chegou ao clube no meio de 2014, ainda pediu o apoio dos torcedores para os próximos jogos, principalmente da Taça Libertadores da América. O Tricolor volta a jogar pelo torneio continental no dia 10 de março, contra o River Plate-ARG, no Monumental de Nuñez;
Leia abaixo o desabafo de Michel na íntegra:
“Iria me pronunciar apenas na hora certa sobre tudo o que tem sido falado nos últimos dias, mas, como estou sendo alvo de inúmeras acusações e especulações que não são verdadeiras, prefiro esclarecer logo o que tem acontecido para que isso não tome uma proporção maior. Em primeiro lugar, eu não fui o idealizador de movimento nenhum dentro do São Paulo e nunca fiz uso da minha posição de capitão para colocar meus companheiros contra a diretoria ou quem quer que seja.
A questão do pacto de silêncio foi algo decidido pelo GRUPO, sem nenhuma liderança específica. Como capitão, achei que tinha o dever de tomar a posição que a maioria acreditava ser a certa e foi isso o que fiz. Teria falado se não houvesse esse comprometimento, como aconteceu quando estive na coletiva no dia seguinte da derrota para o Corinthians, sem ter recebido nenhum elogio e reconhecimento por isso.
Seguindo na linha de desmentir algumas coisas que estão sendo faladas, não tenho nenhum tipo de rivalidade pessoal com o Lugano, muito menos sou chefe de “panela” dentro do São Paulo. O que houve foi uma divergência de opiniões dele em relação ao que o GRUPO, não o Michel Bastos, decidiu, mas isso foi um assunto que tratamos internamente, assim como estamos tratando a questão dos salários.
Algo que também tem me incomodado é estarem insinuando que estou jogando de má vontade. Por mais que alguns estejam fazendo um esforço enorme para tentar mostrar o contrário, não sou mau caráter ao ponto de descontar no torcedor qualquer tipo de insatisfação que eu venha a ter. Isso seria ir contra as milhares de pessoas que abrem mão do pouco que tem para ir aos jogos prestigiar o São Paulo e essa atitude não faz parte da minha índole. Se as críticas tiverem que recair somente sobre mim para que meus companheiros tenham mais tranquilidade para trabalhar, não tem problema. Só não vou tolerar mentiras e as coisas que eu vejo que são ditas apenas para me colocar contra o torcedor.
Dito tudo isso, eu acho que agora é a hora de nos fecharmos ainda mais, de buscar solucionar os problemas aqui dentro, para que o São Paulo volte a conquistar resultados do tamanho de sua grandeza”