A partir desta quarta-feira (7), o mundo do esporte volta os olhos novamente para o Rio de Janeiro com a cerimônia de abertura das Paralimpíadas 2016, no Maracanã. Em Mato Grosso existe um órgão responsável para criar políticas publicas e fomentar a prática de esportes pelas pessoas com deficiência.
A Superintendência de Políticas Esportivas da Secretaria de Estado de Educação de Esporte e Lazer (Sael) foi instituída pelo atual governo no segundo semestre de 2015 e já realizou uma série de ações para atender uma camada da sociedade até então desassistida pelo poder público: pessoas com deficiência, povos tradicionais (quilombolas e índios), idosos e comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros).
Mato Grosso possui população de 3,2 milhões de pessoas. Desse total, 600 mil têm algum tipo de deficiência, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi diante desse cenário desafiador que o atual Governo começou a pensar em mecanismos para atender esse público. No âmbito paralímpico, a superintendência atua para dar apoio aos jovens paratletas do Estado.
Uma das ações foi à ida da delegação de Mato Grosso às Paralimpíadas Escolares em Natal, no ano passado. Foi a primeira vez na história que uma delegação representou Mato Grosso institucionalmente nos jogos. Os paratletas tiveram apoio total do Governo que custeou uniformes, hospedagem e as passagens aéreas (ida e volta) dos 27 membros da delegação, sendo 13 esportistas e uma equipe de apoio com técnicos, médicos, enfermeiras e dirigentes.
A participação de Mato Grosso surpreendeu com a conquista de cinco medalhas nas modalidades de atletismo, tênis de mesa, judô e natação. Um dos grandes destaques foi a mesatenista Samara Pinho (15 anos) que conquistou a medalha de bronze na disputa individual.
Para o superintendente de Políticas Esportivas, Mário Marcio Pecora, está é a primeira semente de um projeto que promete dar muitos frutos no futuro. “É muito gratificante ver a conquista dessa paratleta. Esse caso mostra que estamos no caminho certo e que temos que dar continuidade no trabalho”, observou.
O secretário Adjunto de Esporte e Lazer, Pedro Luiz Sinohora, reforça que a superintendência funciona como base de apoio aos jovens que um dia pensam em disputar as Paralimpíadas. “É um trabalho de médio a longo prazo, que teve início com a ida dos 13 paratletas mato-grossenses aos jogos escolares em Natal. Acredito que, no futuro, esses jovens possam representar o país nas Paralimpíadas e em outras competições internacionais”.
No entanto, Sinohara pondera que atuação da superintendência é essencialmente de caráter social. “E quando digo social não é no sentido de fazer assistencialismos e sim oportunizar que pessoas com deficiência pratiquem esportes com qualidade. É tudo que eles querem: oportunidades”, enfatizou o gestor.
Quando soube da existência da superintendência, a professora de Educação Física, Andressa Ueharo, não perdeu tempo e tratou de se envolver no projeto. Ela dá aulas na rede estadual em Paranatinga (a 338 quilômetros de Cuiabá) e também desenvolve trabalho esportivo com alunos deficientes.
Ueharo faz parte da delegação que neste ano irá representar Mato Grosso nas Paralimpíadas Escolares em São Paulo. Ela treina cinco estudantes que irão participar dos jogos nas modalidades de atletismo e tênis de mesa.
Para professora, a criação do órgão é um grande salto, no sentido de dar suporte às pessoas com deficiência e também aos profissionais que atuam na área. “Os professores têm que estar preparados para lidar com esse público, pois a rede estadual possui muitas crianças e adolescentes com deficiência. E eles querem praticar atividades esportivas tanto quanto os outros alunos”.